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LEITURAS DA MORTE E DA SOLIDÃO EM MARIA JUDITE DE CARVALHO E LYGIA FAGUNDES TELLES

 

Roberta Fresneda Villibor Sperandio

rovillibor@gmail.com

 

Após a Segunda Guerra Mundial, a Literatura sofreu os reflexos oriundos dos conflitos bélicos, o que se constata nos modos de sentir e pensar o mundo na iminência da morte e da solidão. Esses temas passam a ser centrais na obra de duas escritoras contemporâneas, que discutem os conflitos e as relações humanas para explicar o mundo pós-guerra. O escopo deste trabalho é a análise da novela Tanta gente, Mariana, de Maria Judite de Carvalho escritora portuguesa ainda desconhecida do público brasileiro , em comparação com o conto Natal na barca, da brasileira Lygia Fagundes Telles, autora já consagrada e cujas obras foram premiadas e são amplamente estudadas no país. A novela Tanta gente, Mariana foi selecionada da obra homônima, livro de estréia de Maria Judite de Carvalho, publicado em Portugal em 1959. O conto Natal na barca pertence ao livro Antes do Baile Verde (de autoria de Lygia Fagundes Telles), escrito entre 1949 e 1969. Tendo em vista que ambas possuem pontos em comum, serem mulheres e escreverem em língua portuguesa num período cronológico bastante próximo, a presente pesquisa justifica-se, em primeiro lugar, por estabelecer a conexão entre duas literaturas (a portuguesa e a brasileira) e, em segundo lugar, por privilegiar o estudo comparado entre as duas obras. A partir da seleção de contos que possuem a temática da morte e da solidão humanas, foi realizada uma análise comparativa, de modo a verificar de que modo ambas as escritoras abordam, na psicologia de suas personagens, a questão da morte e da solidão. O aporte teórico utilizado para a realização deste estudo comparado de literatura centrou-se nas reflexões de Sandra Nitrini, Tânia Carvalhal, Laurent Jenny e outros estudiosos da Literatura Comparada. Sobre a modernidade e seus efeitos na literatura, estudaram-se os críticos Marshall Berman, Gore Vidal, George Lukács. Ferenc Fehér, dentre outros. A teoria existencial e os estudos sobre a morte, de Edgar Morin, também foram utilizados como aporte teórico. Deste modo, comprovou-se que o estudo da literatura comparada se torna necessário não apenas para verificar fontes e influências, mas, principalmente, para entender as motivações do comportamento humano em situações que se assemelham, entendendo que a literatura é um construto social e, como tal, não passa ao largo dos questionamentos universais, tais como a morte e a solidão humanas.

 

 

Palavras-chave: “Literatura comparada”; “morte”; “solidão”; “Maria Judite de Carvalho”; “Lygia Fagundes Telles”.