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RESUMO |
O DISCURSO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA SOBRE A MÍDIA TELEVISIVA Nosso estudo analisa o discurso de oito professores de língua materna do Ensino Fundamental, da região norte do Paraná, à luz da Análise do Discurso (AD), seguindo o constructo teórico de Foucault (1999a; 1999b; 2000a; 2000b; 2000c), Althusser (1971), Pêcheux (1993; 1995; 1997) e Bakthin (1990). O ponto central recai no Como o professor discursa sobre a mídia televisiva? Quais são as regularidades discursivas presentes em seu discurso sobre a tv? Esboçamos os diferentes pontos de vista sobre as concepções de língua e linguagem e sobre a mídia televisiva. Para análise e interpretação dos enunciados, adotamos a metodologia qualitativo interpretativa de pesquisa com entrevistas individuais, gravadas em áudio e transcritas para análise. Delimitamos o nosso olhar investigativo em seis tópicos: 1) efeitos do agenda setting nos contextos familiares, profissionais e nos grupos informais do professor; 2) representações imaginárias referentes ao Show do Milhão; 3) verbalizações discursivas referentes aos programas e auditório (Domingo Legal, Domingão do Faustão e o programa dominical Sílvio Santos); 4) no quadro do telejornalismo, imagens que os professores fazem do telejornal e de seus apresentadores; 5) representações imaginárias mais marcantes em relação às personalidades do mundo social, artístico e político; 6) imagens e posições do professor frente ao uso da mídia televisiva. Propusemos, também, uma sessão televisiva de debate, seguindo um roteiro pré-estabelecido, a partir da recepção do Programa do Ratinho, Jornal Nacional e o Programa da Hebe Camargo para analisarmos as imagens que fazem dos programas e de seus apresentadores. Os resultados das análises mostram que, mesmo negando a audiência de programas televisivos, os sentidos que vazam são de que os assistem. O professor, ao enunciar, assume várias posições como: professor-mágico, professor-jardineiro, professor-comandante, professor sabe tudo. O que nos leva a dizer que nem sujeitos e nem sentidos são únicos, mas atravessados por muitas vozes em diferentes formações discursivas. |