|
RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
A ESCRITA DA IMPOSSIBILIDADE DE SE ESCREVER ROMANCES E O DISFARCE DA
FALSA TOTALIDADE DA CONTEMPORANEIDADE EM HELDER MACEDO Ludovico Omar
Bernardi profeludo@yahoo.com.br A pesquisa ora apresentada tem por objetivo
entender os exercícios de reprodução
propostos por Helder Macedo nos romances Sem Nome (2006), Natália
(2010) e Tão longo amor, tão curta a vida
(2013) e suas implicações para a
literatura contemporânea no que tange a opção macediana pela estratégia de uso
do “autor”-narrador e dos rituais e ações de seus personagens, de modo a que a
ficção passe a transpor os seus limites, vindo a absorver o real e não mais a
realidade tente viver a ficção; ademais, buscou-se demonstrar que a opção
formal concretizada por Helder Macedo por escrever romances sobre a
impossibilidade de escrevê-los reside em uma tentativa do autor
implicado Helder Macedo (autor, e não o “autor”-narrador) de ironizar todo esse
momento pós-ideológico no qual estamos afundados, com vistas a nos sinalizar
sinais comunistas de um futuro possível, o qual só se tornará atual se os
seguirmos e, principalmente, se os reconhecermos como sinais. Nesse sentido,
vale lembrar que nos três romances nos depararemos com uma intenção falhada (ou
não) de se escrever um romance, já que todos apresentam ao leitor o romance
“raté”: Júlia não prossegue seu quase-romance com Marta Bernardo e José Viana
de personagens; Natália deleta o diário; e Helder fica sem palavras para
prosseguir o esboço de romance com a morte misteriosa do diplomata Victor
Marques da Costa; por fim, este trabalho visa a estudar os mecanismos
estilístico-formais dos quais Helder Macedo lança mão, com vistas a disfarçar a
falsa totalidade ou Completude errônea típicas da contemporaneidade, conforme
nos afirma Žižek (2016), e que merecem agora ser acurados, de modo a se
elucidar essa confusão classificatória tão bem disfarçada pelo autor ao serem
juntos dispostos nas obras em questão. Vale por fim ressaltar que todo o
percurso teórico desta tese manteve por fio condutor os estudos desenvolvidos
pelo filósofo, sociólogo, teórico crítico e cientista social esloveno
contemporâneo Slavoj Žižek, aplicando-se essa teoria
aos romances macedianos supracitados. .
|