Esta pesquisa propõe-se a estudar a história de leitura de sujeitos-leitores assíduos e autônomos, aqueles que têm o hábito de ler independentemente das obrigações escolares. Também pretende desenhar o percurso feito por esses sujeitos, levando-os a se tornarem leitores, iniciando o trajeto pela família, passando pela escola e estendendo-se até o meio social, com o objetivo de explicar como eles se tornam leitores assíduos, com hábito de ler e gosto pela leitura. É uma pesquisa etnográfica, de caráter qualitativo, com o respaldo teórico da Lingüística Aplicada. O corpus é constituído por vinte e um leitores, na faixa de idade entre quinze e vinte anos, classificados em três grupos, conforme o nível de escolaridade dos pais e as condições de acesso aos objetos de leitura (livros, revistas, periódicos, jornais etc.). Os resultados demonstram que o nível de escolaridade dos pais, em si, não é fator decisivo na formação do leitor, nem a quantidade de livros e revistas que possuem. Mas, o hábito de ler e de discutir as leituras em casa anteciparam, nos sujeitos, a formação do gosto pela leitura e do hábito de ler. Constatou-se, além disso, que professores leitores exercem grande influência na formação de leitores. O meio social, ou seja, a relação com amigos, é determinante, quando a família e a escola não cumprem o seu papel. Esses resultados levaram a concluir que só leitores são capazes de formar leitores.