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RESUMO |
O
CÔMICO VAI À ESCOLA? Érica dos Reis Segovia da Silva Rampazzo Esta
pesquisa, procurando compreender o processo de interação entre
leitor e texto, à luz da Estética da Recepção, de Hans Robert
Jauss, e da Teoria Efeito Estético, de Wolfang Iser, investiga a
presença de elementos do cômico em obras de Sylvia Orthof. Com o
objetivo de contribuir para o estudo sobre a comicidade na literatura,
especialmente, na literatura para crianças e jovens, procuramos
ampliar as discussões sobre sua importância e função, buscando
reverter a visão, de certo modo negativa, que marca o cômico e
dificulta sua presença, tanto nos estudos acadêmicos como no
trabalho com textos cômicos em sala de aula. Para tanto, selecionamos
obras da escritora brasileira Sylvia Orthof (1932-1997), considerada
grande expoente da literatura infantil brasileira após os anos 70,
principalmente, em razão da marcante presença da comicidade em seus
textos, o que pode transformar a leitura em uma grande diversão.
Diante da vasta produção da autora, estabelecemos um recorte no corpus,
optando por discutir como se dá a recuperação dos contos de fadas
tradicionais com o recurso do cômico. Selecionamos, então, as obras:
Uxa, ora fada, ora bruxa, Ervilina
e o Princês, Manual de boas
maneiras das fadas, Fada
Fofa em Paris, Fada Fofa e
os 7 anjinhos, Fada Fofa, Onça-Fada
e A Fada Sempre-Viva e a
Galinha-Fada. No primeiro momento, verificamos o processo de
construção do cômico nessas narrativas para, em seguida, apresentar
os resultados dos questionários respondidos por professores do Ensino
Fundamental, que apontam sobre sua relação com a obra de Sylvia
Orthof e sobre o modo como eles recebem e trabalham textos cômicos em
sala de aula. Os vetores para a realização da pesquisa foram as
perguntas: Por que o cômico é considerado um gênero menor? Os
textos de literatura infantil de Sylvia Orthof podem ser considerados
cômicos? Quais instrumentos lingüísticos do cômico estão
presentes nos textos de Sylvia Orthof? Como Sylvia Orthof
recupera os contos de fadas tradicionais em suas histórias?
Como o professor do ensino fundamental recebe e trabalha esse tipo de
texto em sala de aula? Para responder a tais questões, além da
pesquisa bibliográfica sobre as relações entre texto e leitor, já
explicitadas, recorremos à literatura sobre o cômico, especialmente,
Vladimir Propp e Henri Bergson, Mikhail Bakthin e Sigmund Freud teóricos
que tratam da importância e função do cômico na literatura, dando
as diretrizes para o estudo das obras de Sylvia Orthof. Palavras-chave:
Sylvia Orthof; cômico; sala de aula.
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