DEFESAS
RESUMO

 

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA NA ESCRITA INICIAL: A CIRCULAÇÃO DA

CRIANÇA POR PRÁTICAS DE LETRAMENTO E DE ORALIDADE

 

 

Érica Fernanda Zavadovski Kalinovski

ericafzk@gmail.com

 

RESUMO: Esta pesquisa respalda-se na concepção heterogênea de escrita de Corrêa (1997a, 2004) e nos trabalhos que, ancorados nessa concepção, examinam a escrita infantil, como Capristano (2007a, 2007b), Paula (2007), Chacon (2008), Machado (2014), Machado e Capristano (2016), Ticianel (2016), dentre outros. Nosso objeto de estudo é a relação que a criança estabelece com a acentuação gráfica na aquisição da escrita. O objetivo foi analisar, quantitativa e qualitativamente, diferentes registros (convencionais e não convencionais) do acento gráfico e observar, a partir deles, o modo como crianças ingressas na primeira série do Ensino Fundamental I circulam por práticas de oralidade e letramento. O material investigado foi composto por 861 enunciados escritos, nos quais foram identificadas 3.243 palavras distribuídas em dois grupos de análise: (I) palavras que preveem acento gráfico (2.858); e (II) palavras que não preveem acento gráfico, mas foram acentuadas pelas crianças (385). Divididas em verbos e não verbos, essas palavras foram analisadas considerando as seguintes variáveis: tipo de acento (circunflexo, agudo e grave), posição do acento gráfico (oxítona, paroxítona e proparoxítona) e o número de sílabas (monossílaba, dissílaba, trissílaba e polissílaba). Na investigação quantitativa, dentre outros resultados, constatamos as seguintes tendências com relação ao primeiro grupo: (a) mais palavras que preveem acento gráfico registradas de forma convencional em verbos com acento agudo (70,90%) e em não verbos oxítonos (57,54%); (b) mais palavras que preveem acento gráfico registradas de forma não convencional em verbos com acento circunflexo (96,00%), e em não verbos com acento grave (100%). Com relação ao segundo grupo, observamos, dentre outras, as seguintes tendências: (a) maior registro de acento agudo em palavras que não preveem acento, tanto em verbos (87,13%) quanto em não verbos (89,08%) e (b) maior registro de palavras que não preveem acento em momentos de correspondência entre acento gráfico e timbre vocálico, tanto em verbos (86,14%) quanto em não verbos (70,07%).Com base na análise qualitativa, constatamos que, de forma geral, a criança tende a acentuar palavras seguindo o que é mais recorrente na (sua) língua e na (sua) escrita, em razão das vivências sócio-históricas que permeiam a sua vida. De forma mais específica, pudemos averiguar, por um lado, que registrosde palavras que não preveem acento gráfico são, geralmente, consoantes a aspectos da língua, sobretudo, fonológicos e, por outro lado, registros de palavras que preveemacento gráfico, quando grafados de forma convencional pela criança, estão ligados à recorrência no uso de algumas palavras e, quando grafados de forma não convencional, guardam em si pistas de processo(s) conflituoso(s) entre o sujeito escrevente e a (sua) escrita. Os resultados quantitativos e qualitativos mostraram que os diferentes registros do acento gráfico feitos pelas crianças não são indicativos nem de conhecimento, nem de desconhecimento de regras de acentuação gráfica, que, inclusive, ainda não teriam sido sistematizadas e apresentadas formalmente para as crianças da primeira série do Ensino Fundamental I. Nossos dados permitiram verificar a circulação da criança por diferentes práticas sócio-históricas que envolvem o uso da escrita e da fala.

 

Palavras-chave: Escrita; aquisição da escrita; ortografia; acentuação gráfica.


 

ítico. Propaganda eleitoral. Adversário político. Pré-construído

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