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RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
HISTÓRIA
E TEATRO DIALÉTICO EM AS CONFRARIAS, DE JORGE ANDRADE – UMA LEITURA A PARTIR DE
A MÃE DE BRECHT André
Luiz da Silva Anelli andreanelli2011@hotmail.com RESUMO Ao longo do século XX o teatro brasileiro passa por
grandes mudanças temáticas e formais, no plano da dramaturgia e nos modos de
organização e produção, sobretudo a partir do contexto histórico turbulento e
crítico do pós-guerra. A partir dessa perspectiva histórica iremos analisar
aspectos da obra de Jorge Andrade, apontando sua contribuição para a
modernização do teatro brasileiro. Seu teatro – em especial o ciclo de dez
peças Marta, a árvore e o relógio –
retoma momentos históricos críticos da história do país, sem nostalgia ou ódio,
mas com distância épica e crítica, e que também atualizam discussões do
presente em que escreve. O recorte dessa dissertação recai sobre uma das peças
do ciclo mencionado, a saber As
Confrarias, escrita em 1969. A diegese dessa peça se localiza no século
XVIII, tratando de temas como a exclusão social e a formação de sujeitos
conscientes, bem como do papel da arte na sociedade. A peça é fortemente
marcada pela tradição do teatro épico, de matriz brechtiana. Uma das personagens
é uma mãe, que não tem apenas a função maternal na peça, mas se apresenta como
uma personagem que realiza o percurso crítico da formação que, explícito como
aparece, ganha forte elemento didático. Para estudá-la, faz sentido realizar
uma análise comparativa com a peça A Mãe,
de Bertolt Brecht, que também apresenta forte caráter épico e formador,
encontrando em ambas as peças traços de uma peça didática. A questão da
formação crítica de uma consciência ativa mostra que As Confrarias é uma obra fundamental para se entender do Brasil, da
modernização de nosso teatro e, evidentemente, da apropriação de teatro épico.
Neste sentido vemos a atualidade da peça e do autor, dos mais importantes porém
pouco conhecidos da dramaturgia brasileira. Para o desenvolvimento desta
pesquisa, nos valemos de autores como: Andrade (2008), Bader
(1987), Bornheim (1992), Brecht (1994), Costa (2012, 2016), Magaldi (2008,
2001), Mostaço (1983), Peixoto (1979), Prado (2001), Rosenfeld (2008, 2002,
1996), Souza (2009), Vargas (2001), entre outros, que foram fundamentais para o
desenvolvimento da pesquisa. .
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