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Dissertação completa - Arquivo PDF
BASTARDIA, ORFANDADE E GENEALOGIAS TRUNCADAS O ROMANCE DE FILIAÇÃO E A (RE)ENCENAÇÃO DAS ORIGENS NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Alessandra Dalva de Souza Pajolla E-mail: alepajolla@hotmail.com
RESUMO
A desilusão com os projetos coletivos e ideologias, a crise do sujeito, as identidades fragmentadas na pós-modernidade são partes de um contexto que favorece as chamadas “narrativas do eu” no campo literário atual. A reconstituição das origens configura uma temática presente em diversas obras: o retorno ao passado despido de nostalgia, marcado pela tentativa de explicar por meio das origens (reais e imaginárias) as lacunas identitárias. Esta seria a gênese do romance de filiação, dinâmica narrativa que integra essa tendência e interroga a ascendência como um mecanismo de resolver enigmas do presente. Trata-se de um formato recorrente na literatura francesa a partir dos anos 1980 e que vem se expandindo também no Brasil, guardadas as especificidades de cada contexto cultural. As obras A chave de casa (2007), de Tatiana Salem Levy, Azul-corvo (2010), de Adriana Lisboa, e Era meu esse rosto (2012), de Marcia Tiburi, elencadas no corpus da presente tese, tematizam a filiação a partir de indagações contemporâneas e de questionamentos que desconstroem o paradigma genealógico sobre os quais se assentam as construções identitárias. Entram em cena narradores que escavam as origens em busca de uma espécie de herança recebida sem testamento, sujeitos que se sentem afetados por circunstâncias ligadas à genealogia e, a partir daí, empreendem deslocamentos geográficos e temporais em busca de autoconhecimento e, sobretudo, pertencimento.
Palavras-chave: romances de filiação; genealogia; literatura contemporânea.
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