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RESUMO

 

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IDENTIDADES FEMININAS MÚLTIPLAS EM CRÔNICAS DE CLARICE LISPECTOR

 

Alessandra Dalva de Souza Pajolla

alepajolla@hotmail.com

 

Essa dissertação analisa as múltiplas identidades femininas em crônicas que Clarice Lispector escreveu para o Jornal do Brasil, entre 1967 e 1973, publicadas posteriormente no livro A descoberta do mundo (1984). Se nos romances e contos, ao subverter a ideologia patriarcal, a obra da escritora representou um marco na literatura de autoria feminina no Brasil, nas crônicas, Clarice Lispector ampliou a representação das mulheres. Recusando a ótica essencialista, a escritora retratou personagens diversas, mulheres que jamais poderiam ser representadas por meio de uma categoria única, estável. A mulher de classe média divide espaço com empregadas domésticas, prostitutas e missionárias. Eis o recorte deste estudo: as diferentes vozes femininas, que são ouvidas nas crônicas, território híbrido entre jornalismo e literatura, ficção e realidade. Compreender o processo de construção (ou reconstrução) da própria identidade, empreendido pelas mulheres representadas nas crônicas é o objetivo principal da pesquisa. As premissas da Teoria Crítica Feminista abriram o horizonte de questionamentos sobre a divisão hierarquizada entre os gêneros, preconceito, estereótipos e a marginalização da escrita feminina.  A pesquisa incluiu reflexões que marcaram o pensamento feminista e suas novas abordagens, bem como os estudos sobre o deslocamento do sujeito e a fragmentação das identidades na chamada modernidade tardia, apontando caminhos para compreender, sob uma ótica não essencialista, as personagens das crônicas clariceanas.

 

Palavras-chave: autoria feminina; Clarice Lispector, crônicas.