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RESUMO

 

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RESUMO

 

DISCURSO, GOVERNAMENTALIDADE E O SUJEITO EXECUTIVO NA MÍDIA

 

Alessandro Alves da Silva

alessandroalvesdasilva2@yahoo.com.br

 

 

A presente pesquisa teve como objetivos: 1) analisar algumas práticas discursivas midiáticas que, ao tomarem o executivo como objeto de discurso, produzem saberes sobre o seu corpo; 2) focalizar determinados dispositivos de saber/poder/subjetivação que, ao se projetarem sobre o executivo, produzem representações desse sujeito em discursos que circulam nas mídias brasileiras contemporâneas; 3) mostrar que tais dispositivos atualizam-se em práticas discursivas midiáticas que, pela escolha lexical e pela seleção de imagens, posicionam os indivíduos (os sujeitos executivos) como sujeitos competitivos, empreendedores de si mesmos, conhecedores de si mesmos, comprometidos, interessados, obstinados, realizadores e motivadores; 3) observar como o mercado de trabalho se constitui em um poderoso dispositivo de poder que instaura uma nova ordem de saber sobre essas identidades em construção dos sujeitos executivos e que há uma analítica do poder – permeada por uma ordem técnico-científica e empresarial, reunida à economia de mercado - que visa governar a vida desses sujeitos. O suporte de análise é essencialmente discursivo e se vale, principalmente, do método arqueogenealógico de análise de discursos proposto pelo filósofo francês Michel Foucault. Tal método “busca compreender o sentido a partir da análise da rede interdiscursiva em que a série se encontra, da relação, portanto, que um enunciado mantém com os outros” (NAVARRO, 2008, p. 63).  As análises realizadas das publicações da revista Você S/A e de alguns outros sites que funcionam como fóruns de discussão em relação à vida e à carreira do sujeito executivo – em que trabalhamos o linguístico-discursivo (rotulações; textos injuntivos ou imperativos; modalidades epistêmica, deôntica, volitiva e dinâmica ou facultativa) em conjunção com o imagético - nos permitiram observar que o sujeito executivo é posicionado como um sujeito competitivo, comprometido, interessado, obstinado e realizador por diversos dispositivos de saber / poder / subjetivação: medicina, psicologia, mídia, administração, mercado de trabalho, etc. Esta governamentalidade visa a governar o executivo e o seu modo de vida em função de uma nova ordem (em curso) técnico-científica e empresarial, reunida à economia de mercado, que visa o lucro e a produção.

                                     

PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso; Michel Foucault; Sujeito Executivo.