UM CALEIDOSCÓPIO EM MOVIMENTO

REPRESENTAÇÕES DA PROFESSORA NO ROMANCE CONTEMPORÂNEO DE AUTORIA FEMININA

Joyce Luciane Correia Muzi

joycemuzi@yahoo.com.br

Com o intuito de contribuir para com os estudos sobre a literatura brasileira contemporânea, de modo especial, de autoria feminina, enfocando as mulheres não só como objetos, mas também como sujeitos das representações, o objetivo geral deste trabalho é analisar a representação da professora em romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina, evidenciando suas construções e seus contextos históricos. Para alcançarmos esse objetivo, apresentamos, de maneira comparada, normalistas/professoras representadas por autores que fazem parte do cânone brasileiro, em especial pelos escritores José de Alencar, Adolfo Caminha, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Mario de Andrade, e pelas escritoras Júlia Lopes de Almeida, Rachel de Queiroz e Clarice Lispector. Inserido na linha de pesquisa “Literatura e construção de identidades”, o aporte teórico fundamental vem dos Estudos Culturais e da Crítica Feminista, bem como de teóricos/as de disciplinas afins como a Sociologia e a História. O conceito de representação tornou-se fundamental para pensar como as imagens e estereótipos reproduzidos, nesse caso, não só na literatura mas por diferentes artefatos culturais, acabam por construir identidades. Partimos da hipótese de que, ao representarem professoras, as escritoras refletem o imaginário da época e acompanham a evolução das conquistas feministas, no que diz respeito às condições de educação e trabalho, evidenciando um progressivo afastamento dos valores e práticas patriarcais. Defendemos a tese, portanto, de que as professoras representadas não se encaixam na tradicional identidade feminina estabelecida pelo patriarcalismo, pois, por serem dotadas de identidades múltiplas e descentradas, subvertem os modelos de professoras presentes até hoje no imaginário social.

Palavras-chave: Representação; Literatura de autoria feminina Professora.

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