DEFESAS
RESUMO

 
dissertação completa

A COERÊNCIA NAS NARRATIVAS PRODUZIDAS NO VESTIBULAR DA UEM:

 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Flávia Zanutto

Na planilha adotada pelo Concurso Vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a avaliação da coerência de textos narrativos segue os mesmos critérios utilizados para a avaliação das redações dissertativas: problemas gravíssimos de coerência; problemas graves de coerência; problemas de coerência; boa coerência; muito boa coerência; ótima coerência. Esses critérios, entretanto, fundamentam-se em estudos realizados sobre produções dissertativas, de modo que não são suficientemente adequados para a avaliação de textos narrativos, uma vez que este tipo de discurso tem características peculiares, o que dificulta a atribuição de nota. A estipulação de critérios distintos para a avaliação da coerência apresentada nessas redações é a finalidade desta pesquisa de mestrado, inserida no projeto intitulado Redação em Língua Materna: abordagens de avaliação. Neste trabalho, pautados nos estudos da linguagem que abordam os fenômenos da textualidade - coerência, coesão e tipologia - objetivamos depreender e analisar as características que contribuem para a manifestação e manutenção da coerência no desenvolvimento do texto narrativo. O corpus desta pesquisa é constituído por narrativas produzidas nos Concursos Vestibulares de Verão e Inverno de 2001, da Universidade Estadual de Maringá, fornecidas pela Comissão Central do Vestibular Unificado. Num primeiro momento, analisamos as redações pelos critérios da planilha atual, explicando o que se avalia em cada item. Em seguida, apresentamos nossa proposta de alteração para o campo coerência, que passa a classificar as narrativas em problemas gravíssimos de coerência, problemas de coerência, boa coerência e ótima coerência, através da retomada das redações que ilustraram o sistema de avaliação da planilha atual..

É pertinente observar que para haver uma melhoria da composição escrita não basta o aluno saber as maçantes regras gramaticais estudadas no ensino médio e fundamental; é preciso haver interesse pela leitura e, conseqüentemente, pela escrita. Em decorrência disso, o aluno passaria a perceber melhor as construções da língua apresentadas nos textos, sejam eles literários ou informativos. Assim, além de alargar sua visão de mundo, passaria a adquirir formas de interação para produzir textos adequadamente. Daí nossa reflexão sobre o estímulo que esse aluno deixou de ter de seus professores, enquanto colegial.

É necessário que o encaminhamento pedagógico da escola deixe de insistir no ensino tradicional ou tecnicista para tornar-se o espaço efetivo de constituição do sujeito. O aluno e professor, interagindo um com o outro, teriam condições de produzir o conhecimento, fazendo da escola um espaço voltado para se viver o profissionalismo e a consciência crítica.

O objetivo da pesquisa foi investigar as dificuldades de composição de textos dos alunos do Curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá e, para isso, faremos uso de métodos voltados à análise de trabalhos que esses alunos desenvolveram para seus professores na graduação; analisamos cinqüenta e nove avaliações da disciplina de Língua Portuguesa, do quarto e quinto períodos do Curso.

Palavras-chave: coerência; narrativa; redação; vestibular.