DEFESAS
RESUMO

 

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RESUMO

 

PAISAGENS SEM COR: VISUALIDADES E IMAGENS NA POESIA DE ÁLVARO DE CAMPOS

 

Valéria dos Santos

santosvaleria1@hotmail.com

 

 

Álvaro de Campos foi a criação mais próxima de Fernando Pessoa, dentre os seus heterônimos. Como criador, investiu sua existência na procura por si mesmo, pelo sentido da vida, além de exprimir a intensa dor de existir, a angústia e a solidão.  Em seus poemas, registrou a vida e os homens e, para explicá-los e explicar-se, procurou “sentir tudo de todas as maneiras”. Buscou incessantemente por respostas, distanciando-se da vida cotidiana e transformando sua vivência em experiências subjetivas. A presente dissertação objetiva demonstrar como as vivências individuais do poeta geraram versos e paisagens sem cor. A cidade, a cidade e a infância e a viagem aliada ao sonho são as principais paisagens a serem tratadas. A cidade surge como paisagem moderna, juntamente com o homem que acompanha a agitação da modernidade. Quando visitada, nasce como testemunha da angústia, palco de sua infância perdida e das experiências do passado. A referência à infância é revelada como um período de satisfação perdida, quando a conquista do espaço era simples e natural, diferentemente da idade adulta, marcada pelo amor perdido.  As viagens, possibilitadas pelo sonho, revelam a angústia do poeta que não se satisfaz com a existência e, metaforicamente as toma como uma experiência inútil tal qual a vida. Álvaro de Campos é o heterônimo para quem “vida é uma quinta / Onde se aborrece uma alma sensível”, como a sua. Tomado pelo tédio mortal de existir, ao lançar seu olhar sem brilho sobre a vida, produz uma poesia em que as cores não encontram onde se fixar, pois a subjetividade angustiada do poeta é a grande responsável por desenhar a paisagem de seus poemas, como pudemos concluir nos textos estudados. A pesquisa é de cunho bibliográfico e busca os conceitos de espaço, imagem e paisagem propostos por Alfredo Bosi, Octavio Paz, Gaston Bachelard, Michel Collot, entre outros, bem como as noções de Fenomenologia, os pressupostos teóricos de Maurice Merleau-Ponty e de Terry Eagleton sobre Edmund Husserl. Os estudos críticos a respeito da poesia de Álvaro de Campos foram embasados por Natália Gomes, Eduardo Lourenço, Massaud Moisés, Teresa Rita Lopes, Augusto Seabra, entre outros. A dissertação visa, finalmente, contribuir com a fortuna crítica dos estudos de Fernando Pessoa e fortalecer a linha de pesquisa Literatura e Historicidade.

 

PALAVRAS-CHAVE: Álvaro de Campos. Paisagens sem Cor. Cidade. Infância.

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