DEFESAS
RESUMO


 

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CONCEPÇÕES DE LÍNGUA/LINGUAGEM NAS PÁGINAS DA REVISTA VEJA

 

Tânia Braga Guimarães

bgui2@yahoo.com.br

A construção da imagem de língua e de falantes nos veículos de comunicação é algo que diz respeito à sociedade, já que a língua perpassa todas as relações e, evidentemente, pode ser usada como forte fator de preconceito. Como acreditam esses veículos que os brasileiros fazem uso da Língua Portuguesa (LP)? Para eles, os brasileiros fazem um “bom” uso ou um "mau" uso do idioma? Baseados em quais parâmetros constroem sua tese e a imagem de ensino de LP nas escolas? Partindo desses questionamentos, esta pesquisa tem como proposta temática uma análise das concepções de língua subjacentes e da imagem construída sobre seu ensino em textos midiáticos cujo assunto seja o uso da LP, veiculados na revista Veja. A motivação para esse empreendimento surgiu porque parece haver uma verdadeira “batalha” entre gramáticos tradicionais e lingüistas, na mídia, além do fato de restar a impressão de que apenas os primeiros têm seus discursos autorizados e reforçados nesse tipo de veículo. Nas abordagens, parece existir um consenso, disseminado, em grande parte do País e, revelado na mídia, de que os falantes brasileiros são "péssimos" usuários de seu próprio idioma, ignorantes das regras de “bom uso” e necessitam de aulas de LP para conhecê-las. A indignação contida em indagações veladas como esta que permeia todas as outras - Por que, depois de tantos anos aprendendo metalinguagem - em muitos casos apenas metalinguagem - a população, de uma forma geral, depara-se com tantas dúvidas e inabilidade no momento de se comunicar se fecha em outra que é o foco de nossa pesquisa: Quais concepções de língua constituem o imaginário de jornalistas em relação à LM e que constroem, direta ou indiretamente, algumas “verdades” quanto às concepções de seu ensino? Os treze textos analisados em Veja sustentam a crença de que o brasileiro faz um péssimo uso do idioma e que, realmente, precisa de aulas em sua LM para usá-la corretamente. Neles, percebe-se uma oscilação entre as concepções de língua/linguagem. Essa mistura de conceitos permite afirmar que o corpo editorial da Revista não tem uma postura objetiva sobre os fenômenos da linguagem. Conclui-se, portanto, que não há apenas uma concepção de língua no imaginário dos autores desses textos e nem da Revista, já que o que se encontrou reflete uma miscelânea de concepções, sem delimitações marcantes de fronteiras teóricas.