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O ENSINO DE ANÁLISE LINGUÍSTICA E OS PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL: A RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA

 

Shirlei Aparecida Doretto

sdoretto@gmail.com

 

O cenário educacional, principalmente a partir dos anos de 1980, tem motivado estudos e pesquisas voltadas para a melhoria da educação. Embora haja diversos livros e pesquisas que tratam sobre a prática pedagógica de ensino de português, ainda assim, segundo Antunes (2003), esse cenário revela poucas mudanças quando se trata do processo de ensino e aprendizagem das práticas discursivas de uso da língua, leitura e produção, e de reflexão sobre esse uso, a análise linguística (AL). Aliada a esses trabalhos há uma série de ações efetivadas pelas instituições governamentais, em âmbitos nacional e estadual, com a criação de leis, documentos orientadores e cursos de formação continuada de professores. As ações efetivam-se, também, em nível superior, com a elaboração de diretrizes, leis, pareceres e resoluções que buscam, de modo geral, garantir ao professor, em formação inicial, maior contato com conteúdos e práticas pedagógicas, superando o equívoco histórico de que teoria e prática são dissociáveis na prática social. Acreditando que esses professorandos serão, no futuro, os responsáveis pelos encaminhamentos das atividades de ensino e aprendizagem de língua nas escolas, entendemos ser de fundamental importância discutir aspectos relacionados à formação inicial desses profissionais. Dessa forma, objetivamos investigar e analisar como se constituem as relações dos professorandos de um 4º ano do curso de Letras da UNESPAR/Campus de Campo Mourão, situada no noroeste do Paraná, com o eixo de reflexão sobre a língua, a AL, no processo de sua formação, na disciplina de Prática de Ensino, na preparação de sequências pedagógicas, avaliando a relação teoria-prática. Para tanto, realizamos um estudo de caso, por meio de uma abordagem etnográfica, com observação, descrição e análise dos dados, caracterizando, então, uma pesquisa qualitativo-interpretativa. Assim, o corpus de análise constitui-se de registros coletados por meio de gravações em vídeo e áudio de todas as aulas da disciplina de Prática de Ensino durante o primeiro bimestre de 2012, de entrevista semiestruturada com a professora regente da disciplina, de trabalhos elaborados por estudantes nessa disciplina e de anotações escritas. Nosso arcabouço teórico fundamenta-se nos pressupostos da Linguística Aplicada de base interacionista, nos pressupostos teórico-metodológicos de estudiosos que têm se dedicado à AL, como Antunes (2003, 2007, 2010, 2012), Geraldi (1997, 2002a, 2002b), Mendonça (2006), Perfeito (2005, 2007, 2011), Ritter (2012), Suassuna (2006, 2012), Travaglia (1996, 2011), entre outros. Para a abordagem da relação teoria-prática, buscamos auxílio nos documentos oficiais norteadores da prática docente, como, por exemplo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), leis, diretrizes e resoluções que versam sobre o assunto. Os resultados mostram que a relação teoria-prática da AL não chega a ser efetivada como práxis nesse grupo de estudantes, pois há uma tentativa em promover atividades de reflexão para o ensino gramatical que esbarra em outras dificuldades que indiciam problemas na formação, não só no trato da língua e sua gramática, mas, também, de leitura e escrita.

 

Palavras-chave: formação inicial; análise linguística; relação teoria-prática.