DEFESAS
RESUMO

 

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NÃO É ADOLESCENTE, É BANDIDO – IMAGENS DO SUJEITO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI EM DISCURSIVIZAÇÕES DA MÍDIA DIGITAL

Esta tese tematiza o discurso do sujeito adolescente em conflito com a lei no fluxo de produção das discursividades da mídia digital. A filiação teórica é da Análise de Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux. Buscamos, a partir de 2014, diante das emergências de diversas materialidades discursivas dadas no bojo da maioridade penal, construir um arquivo de pesquisa em que fosse possível analisar as significações formuladas acerca do sujeito adolescente. Optamos, em nosso percurso, por analisar efetivamente o discurso do sujeito adolescente sendo resgatado no discurso da mídia digital, em específico, das revistas: Caros Amigos, Carta Capital, Carta Maior, Época, Exame, Isto É, Princípios e Veja. Orientados pelo objetivo geral de investigar o funcionamento discursivo efetivado em revistas digitais, ao promover o discurso do sujeito adolescente em conflito com a lei, delineamos como objetivos específicos: i) descrever e interpretar os modos pelos quais o discurso do sujeito adolescente em conflito com a lei emerge em revistas digitais; ii) analisar a[s] imagem[ns] ocorrida[s] na/pela delegação de voz ao sujeito adolescente, demonstrando quais imagens se instauram nesse percurso; iii) explicitar o processo discursivo decorrente da tomada de posição do sujeito adolescente no discurso de si, bem como a da mídia em relação a esse sujeito. Parte-se do pré-construído de que a voz desse sujeito não tem visibilidade no social, em especial, pelo fazer midiático. Entretanto, a prática analítica conduziu a refletir sobre a quem é concedida a voz. No batimento descrição-interpretação, construímos o corpus de pesquisa, formado pela ocorrência de 29 sequências discursivas. Ao analisá-las, observamos que a mídia, na concessão de voz ao sujeito adolescente em conflito com a lei, apresentou diferentes formas enunciativas alinhavadas aos cerceamentos próprios da FD midiática, que sobrepõem à voz desse sujeito o trabalho de outras figuras enunciativas. Em meio a esse complexo processo enunciativo que é a materialidade midiática, concedendo voz ao sujeito adolescente, elucidamos dois grandes funcionamentos discursivos: “É adolescente” e “Não[adolescente]”, atrelados contraditoriamente ao enunciado “Não é adolescente, é bandido”. Nesse fluxo do dizível, construímos um dispositivo teórico de escuta discursiva que concede vazão ao discurso do sujeito em conflito com a lei, dando visibilidade a um processo discursivo configurado por movimentos que se aproximam dos sentidos remetidos ao adolescente e contraditoriamente aos interligados à bandidagem.

 

Palavras-chave: Sujeito. Adolescente em conflito com a lei.  Discurso midiático

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