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O PROCESSO DE GRAMATICALIZAÇÃO DO USO DE TANTO QUE (E VARIANTES) EM CORPUS DOS SÉCULOS XIII, XIII ~ XIV, XV, XVI, XVII E XIX

 

Regiane Bellay

regimusicahallel@yahoo.com.br

 

O tema da teoria funcionalista da gramaticalização de elementos da oração é abordado nesta dissertação com o objetivo de analisar a gramaticalização do item tanto que. Justifica-se pela importância da compreensão do comportamento do item tanto que, o que indica caminhos para a desmistificação da correlação e para a exemplificação do processo de gramaticalização. Como objetivos específicos têm-se as buscas: do momento em que o item tanto que passa a ocorrer em função consecutiva apenas; do que pode justificar esse processo de gramaticalização; do que possa indicar a existência da correlação entre os corpora temporais e consecutivos. O corpus analisado diacronicamente por meio do método type (locução conjuntiva temporal; quantificador I, II e III) e token (284 ocorrências) é composto de: Dos costumes de Santarém (XIII); Vidas de Santos de um Manuscrito Alcobacense (séculos XIII ~ XIV), constando Vida de Tarsis, Vida de uma Monja, Vida de Eufrosina, Visão de Túndalo, Vida de Santa Pelágia, Morte de São Jerônimo e Visão de Santa Maria Egipcíaca; corpus do século XV (História dos reis em Portugal em Crônica Geral da Espanha e Orto do esposo); Crônica dos reis de Bisnaga (século XVI); corpus do século XVII (Sermão de Santo Antônio aos peixes e Compêndio da relação que veio da Índia no ano de 1691); corpus do século XIX (Descobrimento das Filipinas pelo navegador português Fernão de Magalhães e Memória dos feitos macaenses contra os piratas da China e da entrada violenta dos ingleses na cidade de Macao). Os cinco princípios de Hopper (1991, apud Gonçalves e Carvalho, 2007) e os princípios de Lehmann (1985, apud Gonçalves e Carvalho, 2007) são usados como referencial teórico, assim como a teoria da articulação das orações de linguístas e gramáticos. Conclui-se que a existência de tanto que temporal no corpus pesquisado se extingue no século XIX, o que aponta para um nível de gramaticalização diferente de tanto que consecutivo (e variações) que continua a ocorrer até os dias atuais e é analisado tradicionalmente como locução consecutiva em orações subordinadas consecutivas, mas observa-se uma classificação voltada para a correlação, diferenciando subordinativas de correlativas por comportamentos diferenciados entre tanto que temporal e tanto que consecutivo.

 

Palavras-chave: tanto que (e variantes); gramaticalização; correlação.