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DICIONÁRIO TOPONÍMICO DE ALAGOAS (DITAL) - MUNICÍPIOS E SEUS ASPECTOS
LINGUÍSTICOS E EXTRALINGUÍSTICOS
Pedro Antonio Gomes de Melo
Petrus2017@outlook.com
O ato de nomear lugares habitados aciona uma
complexa rede de fatores que está associada à experiência vivida pelo sujeito
nomeador ou a um determinado grupo social. Tal prática verbal não se dá de
maneira despropositada, neutra ou aleatória, mas como uma estratégia de
posicionamento, permeada por uma multiplicidade de motivações que, por sua vez,
fazem parte de um universo físico e/ou antrópico que deve ser investigado no
campo toponomástico. Sob esse viés, esta tese de doutorado objetivou investigar
o léxico toponímico dos nomes atribuídos aos municípios de Alagoas e
registrá-lo em texto lexicográfico. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e
documental que se insere no paradigma pós-positivista de natureza
quali-quantitativa de cunho interpretativista. Ancorada nos fundamentos
teórico-metodológicos da Onomástica Toponímia, em especial no modelo taxionômico
toponomástico de Dick (1990); Isquerdo (1996); Lima (1998); Faria (2017) e nos
princípios básicos da Lexicografia. Após a análise e a interpretação dos dados,
desvendou-se particularidades linguísticas e extralinguísticas do povo
alagoano. Nessa direção, os resultados apontaram que os topônimos de motivação de
natureza física, no cômputo geral dos nomes analisados, se mostraram mais
recorrentes do que os topônimos de natureza antropocultural no corpus
manipulado. Dentro desse grupo motivacional mais produtivo,
evidenciou-se uma tendência de um padrão hidrotoponímico e fitotoponímico
gerador para a prática denominativa de municípios, traduzindo o cenário natural
do espaço geográfico alagoano. Já no grupo motivacional de natureza
antropocultural, a taxe dos antropotopônimos se mostrou mais recorrente,
materializando, na língua, traços sociais, históricos e culturais do processo
de construção da identidade do Estado de Alagoas. Quanto à formação da
estrutura morfossintática, em sua disposição linear,
evidenciou-se que o grupo dos topônimos compostos se apresentou mais produtivo
do que os topônimos simples. E mais, quanto à procedência linguística, a
macrotoponímia estudada apresentou uma feição diversificada e inovadora com
traços plurilíngues em seus elementos formadores, predominando a base românica,
seguida da marca indígena de étimo Tupi.
Palavras-chave: Lexicografia; Onomástica; Nomes de município
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