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A PRODUÇÃO TEXTUAL NA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO NO CADERNO ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

 

 

Patrícia Cristina de Oliveira Duarte

patriciaoliveira@uol.com.br

 

À luz da Linguística Aplicada, esta pesquisa, de natureza qualitativo-interpretativa, teve como objetivo analisar e discutir o processo de ensino-aprendizagem da produção textual nas Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (doravante SAALP). Para isso, verificamos, na seção de produção textual do Caderno Orientações Pedagógicas, as formas de apresentação dos comandos de produção de textos, na tentativa de entender, de uma forma mais ampla, quais são as condições de escrita oferecidas, de que forma elas se apresentam e de que maneira essas propostas contribuem para a formação de um produtor de textos competente, conforme postulado dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008). As angústias e inquietações surgidas do contato com o referido material didático motivaram-nos a empreender o presente diagnóstico. Fundamentando-nos, na perspectiva interacionista de linguagem, concluímos que o material didático em pauta desconsidera as condições de produção propostas por Bakhtin/Volochinov (1992), sistematizadas por Geraldi (1995), amplamente defendidas nas DCEs (2008) e na fundamentação teórico-metodológica do Caderno Orientações Pedagógicas. Pudemos constatar que não há produção textual na SAALP, pois o aluno não é orientado para produzir textos “na escola” e, sim, “para a escola”. O ensino da escrita na SAALP perpetua o ensino da redação escolar, à medida que os comandos propiciam um duplo silenciamento: 1º) fechamento das possibilidades discursivas, ao silenciar o ‘dizer’ do aluno, pois não lhe é oferecido um motivo real para justificar sua enunciação; 2º) fechamento das possibilidades de linguagem, pois não se trabalha com a diversidade dos gêneros, mas se realiza uma estereotipação do gênero discursivo. Assim, a sala que deveria servir de apoio serve para acentuar a dificuldade do aluno, pois não lhe oferece condições para se apropriar da escrita, assumindo-a como sujeito; pelo contrário, a sala exige que o aluno, a todo momento, demonstre competência enunciativa, uma competência que um aluno inserido na SAALP não tem.

 

Palavras-chave: Sala de apoio à aprendizagem; Produção textual; Condições de produção.