DEFESAS
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A IMAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA NO DISCURSO DE PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: A PERSPECTIVA DO ENSINO – (E) APRENDIZAGEM

 

Juliana Orsini da Silva

juliana.orsini@ig.com.br

 

Neste trabalho, procedemos à análise do discurso dos professores e alunos sobre a língua portuguesa fundamentada nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso de linha francesa. A questão que norteou este trabalho foi: quais os sentidos produzidos sobre língua portuguesa no discurso de professores e alunos tendo em vista a imagem que possuem desta língua a partir da posição que ocupam no espaço escolar?  Para respondermos a esta questão, analisamos um corpus extraído de um questionário por nós organizado e aplicado aos professores e alunos do ensino fundamental e médio. Os dados levantados revelaram que, no discurso dos professores, há uma concepção de língua que é ideologicamente construída. Os sentidos produzidos em relação aos usos da língua portuguesa estabeleceram suas bases no discurso da norma culta. A imagem de língua que se inscreveu é a de uma língua enquanto sistema fechado, a língua imaginária. Também compreendemos que, por meio do imaginário lingüístico produzido, o sujeito que se afasta da língua imaginária, da língua idealizada, afasta-se da condição de ser brasileiro, já que a língua constitui-se como uma identidade nacional. Além disso, percebemos diferentes posições-sujeitos, em que o professor deixou entrever a imagem de que incorporou aquilo que defende a lingüística, mas por outro lado, reproduziu os preceitos do ensino tradicional, incidindo sobre os discursos procedimentos de controle e jogo de imagens. Quanto aos alunos, para a 4ª série, a escrita perpassou a imagem em relação à disciplina, aparecendo como algo que instaura poder. Na 8ª série, os alunos projetaram em seus enunciados o discurso da gramática tradicional como lugar de estudo/ensino, do saber. Apareceu como efeito, a imagem de língua ‘correta’ que, para esses alunos, se constitui no domínio das nomenclaturas gramaticais. Esta visão também se revelou nas seqüências discursivas da 3ª série. Como conseqüência deste imaginário de língua, vimos que a identidade lingüística do aluno vai sendo construída durante toda a sua vida escolar. Em relação à importância da disciplina, observamos que, de uma forma ou de outra, aprender língua portuguesa, para os alunos, justifica-se com a preocupação e o cuidado com o uso correto da língua como forma de exercer poder e ser incluído no grupo, seja na escola, seja fora da escola.  

 

Palavras-chave: discurso; língua portuguesa; instituição escolar.