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RESUMO |
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LEITURAS MULTIMODAIS DE O MÁGICO DE OZ POR ALUNOS DE 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: POSSIBILIDADE DE UM ENSINO PLURALISTA DE LITERATURA
Natália Barros da Silva Gomes nataliabsgomes@gmail.com
RESUMO: Esta pesquisa parte do pressuposto de que o contexto escolar prioriza e valoriza a escrita, de maneira a predominar um ensino de literatura pautado, unicamente, no modo verbal. Tal linearidade limita a produção de significados dos aprendizes, na medida em que as tecnologias digitais e as diferentes semioses, presentes em suas práticas cotidianas, são marginalizadas no processo pedagógico. Em contrapartida, a existência de diferentes formas de representação e modalidades no mundo contemporâneo apresenta efeitos na organização do pensamento e na apropriação dos saberes. Isso porque essa convergência (JENKINS, 2009), na qual diferentes linguagens e mídias interagem tanto na comunicação quanto na construção de narrativas, resulta em textos híbridos e multissemióticos, os quais fazem parte do universo de leitura dos alunos. Sendo assim, faz-se necessário refletir e debater acerca dos letramentos emergentes, bem como considerar outras modalidades de linguagem (imagens, sons, gestos, etc.) a fim de incluir múltiplas inteligências (GARDNER, 1995) e processamentos de leitura na sala de aula. O objetivo que norteia este trabalho, portanto, é o de investigar os efeitos de uma abordagem de leitura multimodal com alunos de uma turma de 6º ano do Instituto de Educação Estadual de Maringá (IEEM), assim como problematizar o papel do modo escrito e a sua valorização na escola; elaborar atividades de leitura que possibilitem abordagens multimodais do texto literário e oferecer uma posição de agenciamento (MURRAY, 2003) aos alunos, de modo que, entre outras atividades, desenvolvam uma releitura da obra O Mágico de Oz, de L. Frank Baum. O presente estudo está situado no campo das abordagens qualitativas de investigação científica, de maneira que a sistematização dos dados e o direcionamento do trabalho de campo se deram a partir do prisma etnográfico. Em relação ao período de intervenção, vale destacar que o processo ocorreu entre maio e julho de 2016, nas dependências da instituição mencionada. Ancorados nos dados colhidos por meio da observação participante, de um questionário semiestruturado, bem como na pedagogia dos multiletramentos (THE NEW LONDON GROUP, 2000), desenvolvemos as abordagens de leitura em duas etapas: um mês de trabalho apenas com o modo escrito, seguido de um mês de trabalho com as multimodalidades. Por fim, encerramos o projeto com uma roda de discussão em que os próprios sujeitos de pesquisa avaliaram e expressaram de que forma o processo impactou ou não o modo de construírem sentidos para o texto. Observamos que os níveis de criticidade, envolvimento, imersão e articulação entre as diferentes linguagens aumentaram consideravelmente quando trouxemos os elementos audiovisuais para a sala de aula, mesclando-os com o modo escrito. Notamos também que ao considerar e dar liberdade para que os aprendizes lançassem mão de suas práticas locais de letramento (STREET, 2014), incorporando-as aos interesses pedagógicos, despertamos a possibilidade de construir significados efetivos, coletivamente. Sendo assim, a partir dessa proposta de uma inteligência coletiva (LÉVY, 2015), integrada a um paradigma pluralista (KALANTZIS; COPE 2000) e uma aprendizagem interativa, visando significados multiplicativos (LEMKE, 2010), compreendemos ser possível concretizar um ensino de literatura multimodal.
Palavras-chave: Educação Pluralista; Multiletramentos; Multimodalidades. . .
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