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RESUMO

 

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MEDEIA SOB O VIÉS ŽIŽEKIANO: A ATUALIDADE DO MITO

Míriam Zafalon

miriam_zafalon@hotmail.com

 

RESUMO

Esta pesquisa focaliza a tragédia grega Medeia, escrita por Eurípides. Para produzir uma leitura distinta das centenas que já foram elaboradas sobre a obra e que contribua para os Estudos Literários como também à formação de uma consciência engajada a respeito dos fenômenos que permeiam a atualidade, recorreu-se à fundamentação teórica construída pelo filósofo esloveno Slavoj Žižek, cujas bases são encontradas nos estudos psicanalíticos de Jacques Lacan. Por meio das premissas lançadas pelo Materialismo Lacaniano, Žižek analisa, com crítica apurada, o contexto político mundial, com a utilização de exemplos extraídos de fontes diversificadas, dentre os quais alguns referenciam a alta literatura. O olhar žižekiano, persistente na busca das verdades que regem a existência contemporânea, pode ser compreendido como um instrumento fundamental para a revitalização da cultura em geral e de obras representativas de períodos históricos distantes da época atual. Dessa forma, o objetivo dessa tese consiste em demonstrar a atualidade do mito referenciado na obra clássica Medeia, a fim de compreender, entre outras coisas, as complexas relações de poder que legislavam o mundo grego, além de realocar suas especificidades no interior da ideologia que comanda os relacionamentos hodiernos. Para alcançar tal intento, o estudo ora apresentado apropria-se de uma metodologia que esquadrinha vários conceitos enunciados por Žižek, promove sua ampliação e direciona-os para a interpretação da tragédia euripidiana elencada. Como resultado, a pesquisa comprova a atualidade de Medeia, clarificada na busca do sujeito contemporâneo por retirar-se do não-lugar e assumir uma existência marcada por escolhas reais.  O diálogo entre o mito relatado pelo tragediógrafo grego e as dimensões da realidade (Simbólico, Imaginário e Real) aliadas às pulsões humanas descritas pelo filósofo esloveno resulta em uma experiência inovadora, a qual reitera que, tanto na Grécia antiga quanto no universo contemporâneo, é indispensável reconhecer os códigos que dominam os comportamentos dos sujeitos e que devem ser dissolvidos em prol da emancipação, ainda que para se vencer a subalternidade seja necessária a exposição ao sofrimento.

 

PALAVRAS-CHAVE: Medeia; Materialismo Lacaniano; Slavoj Žižek.