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RECONHECENDO AS ESCOLHAS DE LEITURA DOS JOVENS: BEST-SELLER NÃO É BOA LEITURA?

Mariana Cristine Gonçalles

Email: mari_cg3@hotmail.com

 

Esta dissertação teve como objetivo principal compreender as razões de escolha de leitura de narrativas ficcionais feita pelos jovens e adolescentes atualmente. Para tanto, considerando as diversas práticas sociais em que os adolescentes se inserem, delimitamos nosso corpus a partir de duas esferas sociais de leitura com a qual acreditamos que esses leitores tenham maior contato: as narrativas infantojuvenis brasileiras – aquelas que circulam, principalmente, nos ambientes escolares – e as narrativas da indústria cultural – os best-sellers, de circulação menos restrita que a escolar. Valemo-nos, portanto, da teoria do letramento e dos estudos sobre práticas e eventos de letramento para delimitar essas duas esferas de leitura distintas. Autores como Brian Street, Angela Kleiman, Roxane Rojo e outros compuseram a base teórica deste trabalho. Na discussão, partimos da premissa de que esses jovens preferem a leitura de narrativas de indústria cultural à leitura de narrativas infantojuvenis brasileiras – premissa, essa, baseada em dados sobre a produção e venda de best-sellers. O corpus constituinte do estudo foi selecionado mediante consulta ao site de relacionamentos Skoob, a partir do qual se buscou os maiores índices de leitura de narrativas infantojuvenis e de best-sellers. Para a seleção das primeiras, optamos por delimitar o corpus a partir das obras enviadas às escolas pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), selecionando apenas narrativas de parte do Acervo 2013 destinada aos anos finais do Ensino Fundamental, e, para as últimas, selecionamos os best-sellers mais lidos conforme o site Skoob. As discussões dessa pesquisa, em termos de resultados, apontam para a existência de algumas categorias narrativas semelhantes entre as duas esferas sociais de leitura, o que demonstra certa aproximação entre elas, descontruindo a afirmação de que são duas produções literárias distintas e, por isso, merecem receber proporção valorativa diferente. Entretanto, também encontramos dados que nos fazem acreditar que as narrativas da indústria cultural auxiliam no processo de identificação e formação do leitor com mais efetividade do que as narrativas infantojuvenis brasileiras, justificando as escolhas de leitura do público.

 

Palavras-chave: Leitura; Prática de letramento; Best-sellers

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