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RESUMO |
CAMPANHA
PÚBLICA DE PROMOÇÃO DA LEITURA FORMA LEITORES? UM ESTUDO SOBRE AS
INSTÂNCIAS MEDIADORAS DO PROJETO Literatura
em Minha Casa/2001 EM MARINGÁ/PR Márcia Silveira de Oliveira Rossi marciaoliveira.rossi@bol.com.br Um
fato básico e inquestionável é que o baixo poder aquisitivo da população
e a ausência histórica da palavra impressa no cotidiano do nosso povo
fizeram do livro um objeto estranho a muitos lares brasileiros. Disso
resulta que a maioria da população só terá contato com o livro – não
apenas o didático, informativo, mas também o de ficção – depois de
entrar na escola. A despeito de todos os esforços realizados nesse
sentido, também é preciso reconhecer que ainda é muito pequeno o número
de jovens que desenvolvem com a leitura uma relação além da vida
escolar, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE). As políticas públicas de promoção da leitura se estruturam com
base nesses pressupostos. Na campanha Tempo de Leitura, do MEC,
cada aluno de 4ª e 5ª séries recebeu uma coleção de cinco livros do
acervo Literatura em Minha Casa/ 2001 para levar para casa,
caracterizando uma estratégia de incentivo à leitura que extrapola os
muros das escolas. Tendo em vista o empenho do MEC no que diz respeito à
formação de alunos que sejam leitores efetivos, surgiu nosso interesse
em investigar o processo de mediação do acervo literário/2001, para
verificar se esta campanha tem oportunizado a opção de leitura ao aluno,
à família do aluno e à comunidade em geral, contribuindo para formar o
desejado gosto pela leitura. A pesquisa teve como corpus duas
escolas públicas de grande porte e uma escola da rede municipal de Maringá/PR.
Para isso, foram realizadas entrevistas com coordenadores, professores,
alunos e seus familiares, buscando dados sobre a recepção do acervo
junto ao público alvo. O estudo das questões levantadas revelou que as
instâncias mediadoras nesse percurso mostraram-se mais distantes do que
se esperava. As escolas, como mediadoras, colocaram-se à margem do
projeto, com evidente despreparo e desconhecimento do mesmo, mostrando uma
distância muito grande entre aqueles que elaboram campanhas de leitura e
a escola e os alunos. Quanto aos familiares, estes viram na distribuição
de livros a oportunidade de um mundo melhor com novas possibilidades. Os
resultados obtidos revelaram que o processo de mediação foi prejudicado
em função de despreparo e falta de informação. Além disso,
evidenciaram, também, que os alunos foram os mediadores mais eficazes,
pois leram e indicaram os livros para seus amigos e familiares. Palavras-chave:
Literatura, leitura, campanha pública de leitura.
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