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RESUMO

 

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OS INFAMES DE COPACABANA PALACE: BIOPOLÍTICA, PACTO DE SEGURANÇA E SUBJETIVAÇÃO(DES)CONSTRUINDO O SUJEITO “INVASOR”

 

Maraisa Daiana da Silva

maraisa.d.silva@gmail.com

 

A pesquisa que aqui se apresenta tem por alicerce, em diálogo com as teorias cinematográficas, as teorias que integram a Análise do Discurso Foucaultiana, as quais permitem pensar o sujeito dessa pesquisa, o “sujeito invasor”. Para tanto, recorreu-se à materialidade cinematográfica por entendê-la como um dispositivo técnico e tecnológico, por gerar condições de coexistência enunciativas que delineiam, preliminarmente, no âmbito da formação de conceitos, fazendo circular, pela sua formação e modo operacional, diferentes enunciados que repercutem verdades de uma dada época, de um espaço institucional, geográficos ou, ainda, de espaços limítrofes, cujas extremidades têm, no corpo biológico, sociocultural e político, a superfície de sua inscrição material e discursiva. O corpus dessa pesquisa se limita ao documentário, intitulado Copacabana Palace, produzido por Peter Bauza e Tuta Piné, que narra a trajetória do fotógrafo alemão Peter Bauza que vem documentar um conjunto de seis prédios abandonados no bairro de Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro, localizado a 60 quilômetros de uma das áreas mais nobres e prestigiadas do Brasil, Copacabana. O projeto de Bauza resultou em um fotolivro que traz como protagonista, assim como o documentário, o sujeito “invasor”. Com significativa escassez no âmbito do discurso e da pesquisa, o sujeito “invasor” torna-se objeto desta pesquisa justamente porque traz à tona a emergência discursiva da inclusão social, que pode promover um regime de olhar sobre esses sujeitos e viabilizar enunciações singulares sobre esses corpos, ressignificando-os no interior das práticas sociais, de modo a questionar como é possível propiciar descontinuidades no modo de subjetivação desses sujeitos e, ainda, como o pacto de segurança atua na contemporaneidade, dispositivo este que tem por encargo uma sociedade. A justificativa deste trabalho está, por isso, pautada na problematização dessa emergência discursiva e na necessidade de se voltar para esses indivíduos, cujos olhares da sociedade estão quase sempre desviados. Sob tais perspectivas, o objetivo desta dissertação delineou-se por compreender o modo como a biopolítica e o dispositivo de segurança atuam nas práticas de subjetivação do sujeito “invasor”, no documentário Copacabana Palace. Assim, os resultados desta pesquisa revelam que é a partir do poder, da sujeição, das técnicas de subjetivação que é possível entender a pluralidade do termo liberdade. A biopolítica, tecnologia que se centra no exercício regulador da normalização social, atua na comunidade de “invasores” pelo sistema de controle funcional e econômico necessário e o pacto de segurança, para as questões como segurança social, na qual o direito de moradia vai se encaixar, funciona em Copacabana Palace na medida em que permite a ocupação. O documentário, ao dar visibilidade aos corpos infames doCopabana Palace, revela que esses sujeitos não têm voz, mas resistência, resistência estaque deve resisitir à implosão ocorrida desses prédios. Dá-se continuidade à história desses infames que lutam por liberdade, por dignidade, por cidadania, por “seu espaço”.

 

Palavras-chave: Documentário; Invasor; Dispositivo; Subjetivação; Discurso; BiopolíticaPALAVRAS-CHAVE: PRÁTICAS DISCURSO-MIDIÁTICAS; SUBJETIVAÇÃO; VIRILIDADE

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