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As Ações Colaborativas entre Professor e Alunos de Ensino Médio na Construção da Escrita

 

Débora Azevedo Malentachi

deboramalentachi@hotmail.com

 

Neste trabalho, investiga-se as ações colaborativas entre professor e alunos de Ensino Médio na construção da escrita, e quais dessas ações culminam, em maior ou menor grau, na expressão da individualidade discursiva dos educandos nos textos que produzem. Sob a perspectiva sociointeracionista de linguagem, à luz da Lingüística Aplicada e, especialmente, com respaldo nas teorias de Bakhtin (2003), Bakhtin/Volochinov (1992) e Vygotsky (1988), tem-se como objetivo geral refletir sobre as ações colaborativas do professor e as do aluno no processo de produção textual, de modo a ampliar os estudos sobre o ensino e a aprendizagem da escrita no Ensino Médio. Nesse intuito, realizou-se uma pesquisa-ação participativa, de natureza aplicada. A coleta de dados aconteceu na disciplina de Redação, no segundo ano do Ensino Médio, em um colégio particular de Maringá, região noroeste do Paraná, no ano de 2005 e, como suporte metodológico para a análise dos dados coletados buscou-se a abordagem qualitativa-interpretativa. A escolha dessa série e campo de pesquisa ocorreu pelo fato de a pesquisadora-participante ali atuar no ano em que se deu a coleta de dados e por optar em analisar sua própria prática. Os instrumentos coletados para análise foram: a) caderno de campo utilizado para registrar conteúdos e procedimentos didático-metodológicos colocados em prática nas aulas, em um período bimestral, com a finalidade de verificar algumas das ações ocorridas na interação professor-aluno, antes e durante o processo de produção textual; b) várias versões de textos de opinião, a partir dos quais são analisadas as ações de mediação do professor e as ações de reescrita dos alunos a partir das orientações do mediador; c) Diários de Bordo, desenvolvidos por alguns dos sujeitos participantes desta pesquisa, e questionários aplicados a todos eles, a partir dos quais são verificados alguns dos processos pelos quais os alunos passam no percurso da escrita vivenciada como trabalho e algumas das suas próprias avaliações com relação a esta experiência. Os resultados das análises demonstram que as ações do professor, na mediação, oscilam entre ações adequadas, as que contribuem em maior grau para a expressão da individualidade dos alunos na sua escrita, e as restritas, que estimulam mais a cópia que o diálogo interior, contribuindo em menor grau para a expressão dessa individualidade. Os resultados demonstram, também, que as ações de reescrita dos alunos variam entre: superficiais, evidenciando reescritas fragmentadas, ausência de autonomia e individualidade velada no processo; adequadas, demonstrando a volição dos alunos em interagir com as ações do professor, tomando alguma iniciativa em demonstrar sua individualidade e, assim, melhorando a sua escrita; complexas, em que os alunos se colocam como sujeitos na produção, demonstrando sua individualidade e autonomia no processo. Os Diários de Bordo e questionários evidenciaram, dentre outros fatores: o valor que atribuíram à mediação do professor no processo de construção da escrita; a importância do tempo que lhes foi cedido para as leituras que subsidiaram a produção do texto de opinião, além do tempo que tiveram para a produção, reflexão e reescritas, dentro e fora da sala de aula.

  

Palavras-chave: escrita; interação; Ensino Médio.