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MANGÁ: UM ESTUDO DE SUA FORMA FICCIONAL E DE SUA RECEPÇÃO ENQUANTO PRÁTICA DE LETRAMENTO LITERÁRIO NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ – PARANÁ

 

Leticia Toniete Izeppe Bisconcim

xleticiax@gmail.com

 

Mangá: um estudo de sua forma ficcional e de sua recepção enquanto prática de letramento consiste na investigação das formas ficcionais dos mangás no Brasil, as histórias em quadrinhos que ultrapassam fronteiras tornando-se efetivas práticas de leitura de grande número de brasileiros. O trabalho se justifica na medida em que propõe entender a leitura de mangás como práticas de letramento literário, abrindo espaço para que tais estudos sejam inseridos no campo literário e não apenas analisados por sociólogos, ou roteiristas de histórias em quadrinhos. Para tanto, foi necessário discutir conceitos acerca da própria literatura, optando por autores que consideram seu aspecto social em visões não essencialistas a seu respeito, tais como Escarpit (1969) e Culler (1999).  Em seguida, buscou-se refletir sobre conceitos de letramento, partindo da definição apresentada inicialmente por Street (1995), para problematizar, neste contexto, o letramento literário. Como se trata de prática letrada presente na cultura contemporânea, marcada profundamente pelos meios digitais, o tema foi inserido nas discussões acerca das multimodalidades, globalização e cultura no ciberespaço, a partir de considerações de autores como Lévy (1999), Hall (2006) e Canclini (2008). Em relação à análise de nosso objeto de estudo, optamos por fazer uma pesquisa bibliográfica, investigando estudos que abordam os mangás, desde sua origem aos nossos dias, delineando suas características principais, com destaque a Luyten (2005) e Moliné (2004). Buscamos aplicar a teoria de Eisner (1989) e McCloud (2000, 2006, 2008) a respeito das histórias em quadrinhos na análise dos mangás, especificamente, e, a fim de exemplificação, em Death Note, objeto de análise. Além dessa obra, optamos por complementar, o estudo das imagens, com as cenas de One Piece. Propusemos, ainda, um estudo da recepção de mangás, por meio de questionário estruturado, aplicado em frequentadores de comércio especializado em quadrinhos, card games, figuras de ação, dentre outros do gênero. Desse modo, foi possível identificar o perfil dos leitores de mangás, especificamente na cidade de Maringá, no Paraná: jovens, que são ao mesmo tempo leitores (de mangás), espectadores (de animês) e internautas (de tantas outras modalidades), interessados em histórias de aventuras, vivenciadas por personagens bem construídas e bem caracterizadas, atuando em histórias surpreendentes e inovadoras. São leitores assíduos que conhecem as características dos modos e dedicam algum tempo para realizar tais práticas de letramento literário. Entende-se, assim, serem diversos os gêneros capazes de formar a identidade leitora do nosso país. Esta pesquisa procura mostrar e estudar o mangá enquanto uma dessas inúmeras práticas de leitura efetiva, sinalizando que nós, enquanto educadores, precisamos nos atentar a esses modos, que clamam ser descobertos, reconhecidos e reinventados a cada dia, nesse mundo de mudanças constantes.

 

Palavras-chave: Mangá, multimodalidades, letramento literário.