A MULHER SATIRIZADA EM CANTIGAS DE

ESCÁRNIO E MALDIZER GALEGO-PORTUGUESAS

Keila Mara Fraga Ramos de Oliveira

keilapietra@hotmail.com

RESUMO

A presente dissertação tem como principal objetivo apresentar um estudo sobre as Cantigas Satíricas Galego-Portuguesas (Escárnio e Maldizer), focalizando a mulher satirizada em suas diferentes facetas e situações sociais. Inúmeras antologias foram publicadas sobre as cantigas trovadorescas líricas e satíricas, destacamos para o nosso trabalho as edições digitalizadas de Carolina Michaëlis e Rodrigues Lapa e as impressas de Juan Paredes, Graça Videira Lopes e Rip Cohen (Cantigas de Amigo), antologias completas de textos originais. O corpus escolhido das cantigas satíricas foi retirado da versão impressa da professora Graça Videira Lopes (2002), que reúne as 475 cantigas originais de escárnio e maldizer, publicadas em um único volume. Divididas em três gerações distintas pela autora, a primeira geração apresenta dez trovadores e jograis; a segunda refere-se aos setenta trovadores e jograis, incluindo os textos de Afonso X; e a terceira geração estuda dezessete autores referentes aos reinados de D. Dinis e D. Sancho IV, de Castela. Para os textos de D. Afonso X, foi utilizada a edição de Juan Paredes (2010). Desse volume de textos, estudamos da primeira geração as cantigas de oito trovadores que têm a mulher como tema, são eles: Airas Moniz D’Asme, Bernaldo de Bonaval e Abril Peres, Fernão Pais de Tamalhancos, Fernão Rodrigues de Calheiros, Gonçalo Garcia, João Soares Somesso e Paio Soares de Taveirós, num total de dez cantigas. Da segunda geração foram cinco textos de autoria de D. Afonso X, que apresentam sátira à mulher e da terceira geração, as cantigas selecionadas de D. Dinis (neto de D. Afonso X) e de Caldeirom, num total de dois exemplares. Para cumprir o objetivo proposto, os conceitos históricos sobre a Idade Média foram estudados nas obras de Bark, Duby, Huizinga, Le Goff, Hauser, Lapa, Spina, Franco Júnior, entre outros. As análises críticas sobre a mulher, o riso e a poesia satírica nos estudos de Juan Paredes (2010), Graça Videira Lopes (2002), Paulo Roberto Sodré (2010), Fernando V. Peixoto Fonseca (1961), José Rivair Macedo (1999), Georges Minois (2003), Jean Verdon (2006), entre outros, foram fundamentais. Quanto à metodologia, o estudo se efetivou a partir de leituras, resenhas e fichamentos da bibliografia selecionada. A dissertação visa, finalmente, contribuir com a fortuna crítica dos estudos da poesia satírica medieval e fortalecer a linha de pesquisa Literatura e Historicidade do Programa de Pós-Graduação em Letras da UEM.

PALAVRAS-CHAVE: “Riso”; “Escárnio”; “Mulher Satirizada”; “Cantigas”.