DEFESAS
RESUMO

 

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LEITORES DA CRÔNICA DE LUIS FERNANDO VERISSIMO

 

Karina de Oliveira

ka_letrasunesp@yahoo.com.br

 

A crônica, gênero híbrido do jornalismo e da literatura, quase sempre é revelada com um tom de conversa amena, guardando em seu interior grande complexidade a ser desvendada, levando o leitor para além do factual. Candido (1984) coloca que no Brasil, a crônica tem uma vasta história e nasce, sobretudo, quando o jornal torna-se acessível ao público. Assim, diz-se dela perecível, descartável, pois é lida no jornal de hoje, e amanhã ela já não existe mais, a menos que seja selecionada para uma antologia ou coletânea, eternizando-se. Nesse sentido, destacamos em nosso trabalho o cronista gaúcho Luis Fernando Verissimo, cujos textos do jornal, do livro e do ciberespaço têm tido grande circulação e aceitabilidade entre seus leitores. Diante desse fato, investigamos quem seriam e onde estariam os leitores do escritor, buscando-os em três segmentos: nas escolas, no ciberespaço (comunidades do site de relacionamentos Orkut) e em bancas de jornal e revistas. O primeiro e terceiro ambientes situam-se nas cidades de Maringá/PR e Cianorte/PR, enquanto o segundo abarca respondentes de vários estados brasileiros. Para o levantamento dos dados que sedimentam a análise, valemo-nos de um questionário, com perguntas fechadas e abertas, cuja primeira parte reporta à identificação do público; a segunda, por seu turno, está relacionada aos hábitos de leitura em geral bem como de crônicas de Verissimo, objetivando constatar qual seria o perfil do leitor desse escritor. A fundamentação teórica abrange estudiosos da crônica, como Candido (1984), Jorge de Sá (1985), Konzen (2002), dentre outros. Além disso, valemo-nos das Teorias da leitura, Estética da Recepção, especialmente a obra de Jauss (1994) e a Sociologia da leitura, notadamente nas contribuições de Candido (1976), Aguiar (1996), Manguel (1997), Zilberman (2001), Petit (2008), etc.. Por fim, as concepções sobre leitura literária e leitores foram hauridas em estudiosos como Lajolo (1982), Zilberman (1990), Certeau (1994), Goulemot (1996), dentre outros. A investigação demonstrou a escassez de leitores de Verissimo no ambiente escolar e ainda a fragilidade dos estudantes do Ensino Médio ao mencionarem suas opiniões sobre os textos. Por outro lado, os outros dois grupos – do ciberespaço e das bancas de jornal e revistas – mostraram-se leitores maduros, demonstrando que a leitura de textos de Verissimo atua de forma muito particular na vida de cada um, tocando-os profundamente. Portanto, para esta pesquisa, consideramos que o leitor de Verissimo tem uma faixa de etária de 20 a 59 anos e prefere o livro a qualquer outro registro de leitura. E, por fim, a contribuição desta pesquisa para o Programa de Pós-Graduação em Letras (PLE/UEM) dá-se por ser esta uma pesquisa de campo, isto é, atua diretamente com leitores, que são parte essencial do sistema literário, além de contribuir para os estudos da Sociologia da leitura, ainda em desenvolvimento no Brasil.

 

Palavras-chave: Luis Fernando Verissimo; Crônica; Leitores; Leitura Literária; Sociologia da Leitura; Estética da Recepção.