DEFESAS
RESUMO

 

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RESUMO

 

Muito embora a leitura de textos, e, em especial, de textos literários, seja mais frequentemente realizada em espaços escolares, ela não está restrita a estes, de modo que indivíduos fora dos bancos da escola também podem se apropriar de textos literários. Ao mesmo tempo, os leitores da escola podem, também, ler textos que não façam parte dos repertórios escolares. Esses fatos evidenciam que a leitura se desenvolve como prática plural e dependente de contextos e objetivos diversos que os leitores podem destinar a ela. No entanto, embora a leitura abarque diversas práticas de uso da escrita, em diferentes contextos, para diferentes objetivos, os estudos sobre leitura enfocam de forma mais evidente as práticas escolares de leitura, deixando de atentar para os usos da leitura, sobretudo no caso de textos ficcionais, realizada pelos indivíduos fora do ambiente escolar. Partindo do pressuposto de que as leituras não escolares estejam frequentemente presentes na vida de estudantes, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento das práticas de leitura de textos ficcionais, ou seja, do letramento ficcional de adolescentes em situação de carência econômica de uma escola pública, localizada na cidade de Mandaguaçu, interior do Estado do Paraná. A pesquisa partiu da hipótese de que, muito embora haja uma pré-concepção de que os jovens, e, sobretudo, os jovens em carência social, não sejam leitores, talvez seus letramentos apontem para a existência de leituras outras que não coincidam com as esperadas ou autorizadas pela agência escolar. O trabalho utilizou como base teórica os estudos de Roxane Rojo (2012), Magda Soares (2001), Roger Chartier (2001), Umberto Eco (1994), Brien Vincent Street (2014), Angela Kleiman (1995), Michael Certeau (1994), dentre outros que discutem questões relacionadas tanto ao letramento quanto, particularmente, à leitura. A pesquisa caracterizou-se como básica, por objetivar descrever uma realidade, mas sem o objetivo de apresentar uma aplicação concreta de seus achados. A metodologia utilizada foi quantitativa, uma vez que se valeu de dados objetivos, recolhidos por meio de questionário semiestruturado, e qualitativa, uma vez que propõe uma análise interpretativa para os dados recolhidos. O questionário foi aplicado a alunos concluintes do ensino médio dos períodos matutino, vespertino e noturno. A análise do material coletado permitiu verificar como os alunos desenvolvem suas práticas e preferências de leitura, assim como avaliar como esse grupo pesquisado se relaciona com os textos de ficção e literatura. A pesquisa demonstrou que os jovens participantes da pesquisa possuem uma rotina de leitura, que conhecem diferentes textos, autores e que mantêm vínculo de acesso às mídias digitais. Porém, quando se trata de leituras direcionadas ou exigidas pela escola, existe resistência de aceitação, pois consideram esses textos impositivos e não atrativos.

 

 

 

 

Palavras-chave: Letramento ficcional. Leitura. Literatura. Ensino Médio. 

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