DEFESAS
RESUMO

 

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O SER-COM-O-OUTRO, A SOLIDÃO E A MORTE EM A PAIXÃO SEGUNDO G.H., DE CLARICE LISPECTOR

 

Ivana Vilane de Freitas Barankievicz

ivana_freitas@hotmail.com

 

O ser humano, a qualquer tempo, sempre esteve frente a questões existenciais. Partilhamos, como seres-no-mundo, as mesmas possibilidades de sensações, de experiências. Muitas dessas experiências nos inquietam, gerando angústia e solidão, como acontece em relação à morte, pois essa experiência cessa toda e qualquer possibilidade do ser, o pendente da presença. Nesta pesquisa, a morte e os problemas existenciais vividos a partir dela por duas protagonistas de Clarice Lispector compreendem os temas selecionados para o percurso que empreendemos na análise do romance ‘A paixão segundo G. H’. e do conto ‘O búfalo’. Partimos dos pressupostos da filosofia existencialista, especificamente nos trabalhos de Martin Heidegger (2003, 2012) e de Octavio Paz (1976); e a da literatura, em trabalhos como os de Bosi (1985, 2001) e Libanori (2006), dentre outros. Nosso objetivo consiste em observar e comparar os temas existenciais presentes nas duas obras, a partir da hipótese de que as personagens em tela revelam a tragédia humana de existir. Nas análises, observamos que nas duas narrativas as personagens são mulheres que se deparam com dramas existenciais, marcados pela solidão e pelo encontro com o outro em suas trajetórias de vida.  A partir da experiência ser-com-o-outro, marcada pelo enlace do olhar das mulheres e dos animais, as protagonistas se reconhecem como presença em um processo simbólico de morte. Essa morte, ao contrário da morte física, gera uma transformação nessas mulheres, irrompendo sentimentos de angústia, de ódio, apesar das amarras sociais as quais estavam submersas. Todo esse mergulho dentro do ser revela um processo autêntico e profundo de morte, de autoconhecimento, e de redescoberta da vida.

 

Palavras-chave: Morte; Solidão; A Paixão Segundo G.H..

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