DEFESAS
RESUMO

 

 

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A LIBERDADE VIGIADA: ESTUDO SOBRE OS MODOS DE RECEPÇÃO DO LIVRO O ALQUIMISTA, DE PAULO COELHO, POR DETENTOS DA PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE MARINGÁ.

 

Ivan Luiz de Oliveira

ivanteo@bol.com.br

 

A partir da análise sobre os modos de recepção do livro O Alquimista, de Paulo Coelho, por detentos da Penitenciária Estadual de Maringá, pretende-se evidenciar que a discussão em torno da divisão crítica que parece haver acerca dos conceitos de “literatura de massa” e “literatura erudita” é, em grande parte, inócua. Entende-se, em princípio, que esses pólos devem ser compreendidos relativamente, e não exclusivamente. Visto que, em contrapartida a determinados preceitos técnicos que supõem a interpretação do artefato literário apenas a partir das leituras referendadas pela crítica especializada em literatura, compreende-se que a leitura literária do “leitor comum” (desprovido do referencial teórico-crítico que tem abalizado o julgamento de valor das obras literárias publicadas) também tem sua validade. A metodologia utilizada na pesquisa consistiu na aplicação de dois questionários aos pesquisados a fim de identificar, primeiro, o nível socioeconômico dos mesmos e, depois, os modos de recepção de O Alquimista. Para tanto, procedeu-se à fundamentação teórica do problema a partir do elencamento de teorias e autores cujos argumentos defendem a compreensão da literatura sem o marco divisório entre o popular e o erudito (corrente pós-estruturalista) e buscou-se delinear os modos de operação da Sociologia da Leitura e da Estética da Recepção como meio para justificar o papel fundamental do leitor quando se trata de buscar uma classificação para o grau de literariedade de uma obra. Em seguida, estabeleceu-se a comparação entre as opiniões da crítica especializada sobre a obra de Paulo Coelho, as considerações do autor da pesquisa sobre O Alquimista e a análise dos questionários propostos. Os resultados obtidos foram satisfatórios pois demonstraram que a recepção de O Alquimista por parte dos leitores pesquisados corroborou o que se propunha no projeto deste trabalho: que, apesar de toda a resistência da crítica literária especializada em relação à obra de Paulo Coelho, há leitores que gostam desse tipo de literatura e, portanto, não deveriam ser censurados por isso.

 

Palavras-chave: “Recepção e efeito”, “O Alquimista”, “leitores na prisão”.