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RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
ENTRE PALAVRAS, FORMAS E CORES: AS REDONDILHAS DE CAMÕES E AS PINTURAS DE BRUEGEL
Inez Paggi Vicentini
As discussões entre o texto verbal e o não verbal desta dissertação objetivam contribuir à fortuna crítica dos estudos camonianos e da pintura de Pieter Bruegel, ressaltando-se o poder verbo-visual dos textos poéticos em medida velha e das imagens da pintura, focalizando, comparativamente, a mulher em seu cotidiano numa paisagem rural, seu perfil e estado de espírito. Luis Vaz de Camões (1524 ?-1580), maior poeta português de sempre, retoma a tradição medieval para compor grande parte de sua poesia lírica em medida velha, seguindo os passos da lírica galaico-portuguesa e da poesia palaciana, recolhida em 1516 no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1470?-1539), como também os recursos retóricos utilizados nesse tipo de poesia. Pieter Bruegel (1525-1569) viveu e produziu suas telas nas grandes cidades da região conhecida como Flandres, localizada na atual Bélgica, considerado um dos maiores pintores e desenhistas do século XVI. Em pleno Renascimento sua obra distancia-se do ideal de perfeição renascentista, ao retratar a vida das pequenas aldeias que ainda preservavam os costumes medievais, num estilo próprio de pintura. O presente estudo justifica-se pela necessidade de valorizar a imagem como elemento de presença constante na arte verbal e na arte pictórica. A pesquisa fundamenta-se teoricamente nos pressupostos teóricos da Estética Comparada e Literatura Comparada, seguindo as ideias de Souriau, Praz, Joly, Aguiar e Silva, entre outros. Foram também considerados os conceitos da Estética da Recepção, segundo Iser e Eco. Historiadores como Gombrich, Auerbach, Strickland, entre outros, foram consultados como embasamento aos estudos das telas e textos selecionados. É na imagem produzida pela palavra e na palavra inspirada pela imagem que o homem pode perceber-se, sentir-se em sua realidade.
Palavras-chave: Texto-Imagem; Poesia Camoniana; Perfil Feminino; Recepção de Leitura.
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