DEFESAS
RESUMO

 

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PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACADÊMICO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM UM CURSO DE LETRAS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO PARANÁ

Giselli Cristina Claro Rampazzo

giselliccrampazzo@hotmail.com

Esta pesquisa procura reconhecer articulações entre letramento acadêmico e formação de professores na busca de compreender o ensino e a formação do professor de línguas por uma perspectiva transdisciplinar (STREET, 2014). O objetivo do trabalho é refletir em torno da(s) identidade(s) docente(s) do estagiário de Letras no processo de tornar-se professor. Para tanto, o aporte teórico é o dos Novos Estudos do Letramento (STREET, 2014; KLEIMAN, ASSIS, 2016; JUNG, 2009), Letramento Acadêmico (FISHER, 2008; OLIVEIRA, 2009; PAQUOTTE - VIEIRA, FIAD, 2015) e Formação de Professores e Constituição Identitária (FLORES, 2003; CELANI, 2008; REICHMANN, 2015). A metodologia utilizada é a etnografia da linguagem (GARCEZ, SCHULTZ, 2015), sendo a pesquisa de natureza qualitativa e de base interpretativista. O trabalho de campo foi realizado entre os meses de setembro e dezembro de 2017, em duas turmas de Estágio Curricular Supervisionado de um curso de Letras, habilitação dupla Português/Inglês, tendo como pergunta norteadora quais modelos culturais de ensino e aprendizagem reafirmamos nos cursos de Letras, aqui especificamente no curso de Letras da UPNP, e como estão articuladas práticas letradas acadêmicas, que trazem um modelo de ciência, de saberes e de cultura, com disciplinas de formação de professores. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram relatórios de Estágio, observação participante, gravação e transcrição de aulas do Estágio e entrevista semiestruturada.  O objetivo geral da dissertação foi investigar, a partir das participações de estagiários do curso de Letras, das disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado I e II, habilitação dupla Português – Inglês, do período noturno de uma universidade pública do Noroeste do Paraná, como constroem a identidade docente em práticas letradas. Dois objetivos específicos foram elencados, sendo eles: i) Identificar modelos culturais de escrita acadêmica eii) Reconhecer identidades de futuro professor construídas nos Estágios. As análises realizadas tiveram como foco as vozes sociais implícitas e explícitas (BAKHTIN, 1990; REICHMANN, 2015) e modelos culturais (HAMEL, 2013) que permeiam práticas acadêmicas científicas. Esses dados foram catalogados e, em uma primeira análise, procurou-se reconhecer recorrências referentes à organização da escrita dos relatórios de Estágio I. Como resultado dessa análise, observou-se uso do apud, geralmente de autores com obras de fácil acesso e trabalhadas em outras disciplinas do Curso, recorrência na citação de autores ou do lugar teórico que embasou a análise dos dados observados e uma organização da análise da observação e colaboração em sala de aula com o objetivo pré-estabelecido de encontrar as concepções de linguagem de acordo com os PCN (BRASIL, 1997) e DCE (PARANÁ, 2008), representando  modelos culturais locais (HAMEL, 2013) de letramento acadêmico. Esses dados dos relatórios apontam para uma certa dificuldade dos estagiários em articular teoria e prática, o que aparece nas citações que fazem e na forma como analisam os dados nos relatórios. Um segundo resultado apontou para a necessidade de um trabalho colaborativo entre professor orientador, professor supervisor e estagiário, como meio para minimizar as lacunas existentes entre universidade e escola, o que direciona para a compreensão dos espaços de estágio como ambientes de pesquisa e de formação (REICHMANN, 2015). Os dados evidenciam para o fato de os alunos do curso de Letras, apesar de haverem situações em que a linguagem ainda é trabalhada de forma autônoma (STREET, 2014), estão dispostos a rever os próprios modelos e de irem em busca de uma relação de ensino e aprendizagem mais emancipatórios, reflexivos e que incluam e visibilize as diversidades. Nesse sentido, a necessidade de uma compreensão mais ampla que reconheça o Estágio como letramento acadêmico e como modos culturais de leitura e escrita da academia que podem ser articulados com práticas de leitura e escrita na Educação Básica, porque envolvem reflexões sobre modelos de ciência e construção de saberes. 

 

 

Palavras-chave: Formação docente; Letramento Acadêmico; Estágio; Identidades sociais

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