O USO das formas pronominais NÓS, A GENTE E VOCÊ COMO ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO EM AULAS, APRESENTAÇÕES E ENTREVISTAS

 

Cortêz, Giselle de Almeida

gigi_cortez@hotmail.com

 

O presente trabalho objetiva investigar o índice de indeterminação de sujeito dos pronomes nós, a gente e você em elocuções formais (aulas e apresentações de trabalhos) e entrevistas, e justificar a implicação desses gêneros textuais como fator determinante para indeterminação do sujeito. Busca-se explicitar a recategorização da classe dos pronomes pessoais, a fim de identificar as mudanças linguísticas ocorridas no Português do Brasil (PB), assim como as sensíveis mudanças experienciadas na língua portuguesa com a inserção das formas a gente, você(s) e nós com valor genérico/indeterminado e os ambientes sintáticos, semânticos e discursivos que favorecem cada uma das variantes. Para atestar esse uso, adota-se o princípio funcionalista que investiga a aceitação desses pronomes pela Gramática Tradicional (GT), além de priorizar o uso linguístico como forma de interação entre os falantes. O corpus da pesquisa é constituído de 03 aulas, 07 entrevistas orais e 10 apresentações de trabalhos, pertencentes ao banco de dados do Funcpar (Grupo de Pesquisas Funcionalistas do Norte/Noroeste do Paraná). Para mapear o uso de nós, a gente e você, na variedade brasileira do português, foram analisados os gêneros textuais já gravados e transcritos, os quais seguiram um padrão baseado nas normas do projeto NURC, porém com pequenas adaptações e segmentadas em unidades entonacionais, de acordo com os critérios de Chafe (1987). Adota-se um programa de codificação de dados, Systemic Coder, para quantificar os fenômenos ocorridos. Por meio desse programa, busca-se investigar, com a elaboração de alguns critérios, a indeterminação do sujeito. Considerando-se que a abordagem funcionalista está pautada no uso linguístico em variadas situações comunicativas e observando-se que há fatores que corroboram para a escolha da indeterminação, os resultados obtidos confirmaram o uso recorrente da indeterminação do sujeito no corpus.

 

Palavras-chave: funcionalismo; recategorização; indeterminação do sujeito.