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RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
MATERIAL DIDÁTICO DE FONÉTICA E FONOLOGIA
ADAPTADO PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO CEGOS: (IN)APLICABILIDADE E POSSÍVEIS
ENCAMINHAMENTOS Gabriela de Souza Marques A presente
investigação tem por objetivo geral verificar a (in)aplicabilidade de um
material didático de Fonética e Fonologia, intitulado Fonética e Fonologia, organizado por Antonio e Benites (2011) e
adaptado para professores cegos em formação em uma pesquisa anteriormente
realizada por Romualdo e Marques (2015). Tendo em vista as lacunas que permeiam
o processo de inclusão educacional na universidade, a finalidade é, também,
contribuir, ainda que minimamente, para a emancipação das coletividades cegas.
Por meio do material adaptado, elementos não verbais e verbo-visuais – que, por
vezes, elucidam o conteúdo em questão –, antes inacessíveis a não videntes,
tornam-se tangíveis, proporcionando-lhes, inclusive, a autonomia pela qual
primam as Diretrizes Curriculares dos cursos de Letras (BRASIL, 2002). São
vários os trabalhos que tratam da inclusão no ensino superior, contudo a maior
parte volta-se à apresentação de lacunas encontradas no processo, e poucos se
preocupam em mostrar caminhos para que elas sejam preenchidas. A pesquisa em
texto procura trilhar esta esteira e, assim, almeja ser luz àqueles que, por
vezes, sentem-se desamparados no processo: professores formados para atuar em
uma realidade historicamente excludente e alunos historicamente excluídos.
Inserido no escopo teórico da Linguística Aplicada e no campo das Políticas
Linguísticas, a ideia deste trabalho é ressignificar parte do contexto de
formação de professores de língua(s) não videntes, de modo a romper uma das
barreiras pedagógicas que o integra. Para tanto, embasa-se em contribuições de
quatro diferentes campos teóricos, a saber: a Educação, a Sociologia, a
História e a Linguística. A investigação configura-se um estudo de caso, uma
vez que se centra em único objeto – o material didático adaptado –, e conta com
uma participante. Para a geração de dados foram utilizados o questionário, a
entrevista semiestruturada e a observação livre, e a análise sobre eles
empreendida é de natureza qualitativa, pois o intuito não é contabilizar
quantos alunos compreendem o material adaptado e quantos não compreendem, mas
discutir sobre sua (in)aplicabilidade. As bases ontológica e epistemológica da
pesquisa, que se referem à natureza do ser e à natureza do conhecimento, são
interpretativistas. Por envolver seres humanos, faz-se indispensável, neste
trabalho, a consideração de aspectos axiológicos. A esse respeito, destaca-se a
ética emancipatória como sendo preponderante na investigação, uma vez que os
conhecimentos, aqui, são coconstruídos pela pesquisadora e pela participante.
Diante disso, constatada a aplicabilidade do livro adaptado, uma vez que as
lacunas que apresenta quanto à sua materialidade física e quanto ao seu
conteúdo podem ser, em sua maioria, facilmente resolvidas e não comprometem a
compreensão do leitor não vidente, pretende-se, ainda, instigar pesquisas que
se voltem a discutir a formação de professores de língua(s) cegos e, sobretudo,
a otimizá-la.
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