SILÊNCIO: PEDRA ANGULAR DE OS POBRES, DE RAUL BRANDÃO

Fernanda Tonholi Sasso Curanishi

fernanda.tonholi@gmail.com

RESUMO:

Para compreender a literatura na contemporaneidade, deve-se tomar certo fôlego para embrenhar-se na especificidade de outras disciplinas que possuam espectro comum às ciências literárias, como a filosofia, por exemplo. Nesse sentido, a imersão nas similaridades entre literatura e filosofia permitem a contemplação do silêncio como elemento originário do discurso, a partir do qual a significação se constroi e para ela caminha depois do falar. Nesse sentido, esse estudo objetiva coletar maiores definições acerca do silêncio e suas formas distintas de significar, valendo-se do pensamento de autores como Bakhtin (1997), Eni Orlandi (2008), Heiddegger (2005), Kovadloff (2003) e Sartre (2004), além de demais pensadores contemporâneos. Para isso, será verificado no romance português Os Pobres, de Raul Brandão (2001), como a narrativa simbolista usou-se dessa característica para conceber com profundidade os veios da consciência humana e existencial. Desse modo, esse estudo detém-se com atrevimento a averiguar de que forma o silêncio penetra na constituinte formação da verdade e consciência humanas, figurando como a pedra angular a partir da qual o objeto literário é construído.

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