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NO ENTORNO DA CASA PATRIARCAL: IDENTIDADES FEMININAS MÚLTIPLAS NA CRÔNICA DE AUTORIA FEMININA PARANAENSE

 

Fabiana Marques Luiz

fabianamarquesluiz@gmail.com

 

Essa pesquisa analisa as identidades femininas nas crônicas paranaenses publicadas a partir de 1970. O objetivo é compreender o modo de representação da mulher contemporânea nesse recorte que pressupõe o Feminismo, enquanto movimento social e político, com seus debates que possibilitaram novos rumos a literatura de autoria feminina, como também, ao próprio papel da mulher na sociedade. A pesquisa foi metodologicamente dividida em seis partes: classificação e leitura das coletâneas; criação do formulário; análise das personagens; preenchimento do formulário; agrupamento e interpretação dos dados quantitativos e, por fim, análise de cunho qualitativo, que procurou abarcar aspectos não contemplados pelos números, como posições ideológicas a partir das quais os discursos foram construídos. Ao todo, foram analisadas 625 personagens, distribuídas em dezesseis coletâneas. Os pressupostos da Teoria Crítica Feminista nos permitiram expandir as discussões acerca da divisão hierarquizada entre os gêneros, sobre o preconceito fomentado por construções sociais essencialistas, criando arquétipos e a marginalização da escrita feminina.  O trabalho inclui reflexões que marcam o pensamento feminista e suas recentes abordagens, bem como o deslocamento e a fragmentação dos sujeitos na contemporaneidade, apontando caminhos para compreender as representações das identidades femininas sob uma ótica não essencialista. Os resultados apontam tanto para a reduplicação das práticas essencialistas de representação, quanto para a multiplicidade do sujeito feminino. As representações das personagens parecem seguir um padrão de construção constituído de muitas semelhanças, o que as levam a ser caracterizadas como figuras subjugadas e maléficas, todavia, não podemos anular o desejo de mudança e transgressão que emana dessas autoras, mesmo que os meios pelos quais procuram reagir as levem, por vezes, a ratificar sua condição subjugada. Assim, mesmo estando em processo de se desvencilharem das práticas patriarcais, como diz Teresa de Lauretis (1994, p. 207-208), as mulheres ainda estão com um pé na “casa patriarcal”, vítimas ainda do poder simbólico exercido por estruturas como a Igreja, a Família, a Escola e o Estado, que naturalizam e ratificam as mais sórdidas formas de dominação.

Palavras-chave: Representação; Escritoras paranaenses; Crônicas.