DEFESAS
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OUTREMIZAÇÃO E REVIDE DE COLONIZADO E COLONIZADOR EM THE NARRATIVE OF JACOBUS COETZEE (1974), DE J.M. COETZEE

 

Elis Regina Fernandes Alves

elisregi@hotmail.com

 

Analisa-se a segunda novela de Dusklands (1974), do sul-africano J.M.Coetzee, intitulada The Narrative of Jacobus Coetzee, à luz da teoria pós-colonial, com enfoque nas teorias da outremização e do revide. A novela narra, em três versões, a expedição do colonizador holandês Jacobus Coetzee às desconhecidas terras do interior da África do Sul, no século XVIII. A análise das diferenças entre as três versões sobre os mesmos fatos revela que cada um escreve impregnado por diferentes ideologias, imputando, assim, subjetividade e, conseqüentemente, ficcionalidade aos eventos históricos narrados. A teoria da outremização revela as estratégias utilizadas para outremizar os sujeitos coloniais, o uso de estereótipos degradantes para subjugá-los e justificar a usurpação das terras. A teoria do revide revela o modo como os sujeitos coloniais revidam, através da mímica, da paródia, da cortesia dissimulada, sem violência, em oposição à maneira como o europeu vinga-se ao ser descentralizado, utilizando meios violentos para reassumir a posição de sujeito perdida em favor dos sujeitos coloniais. Conclui-se que os sujeitos coloniais eram autônomos antes da chegada do europeu, que os objetifica, que modifica drasticamente a realidade local. Nota-se também que para o colonizador, a própria descentralização é inaceitável, por isso ele revida violentamente ao perder a posição de sujeito. O desastre permeia todos os encontros coloniais.

 

Palavras-chave: Outremização; revide; J.M.Coetzee.