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DA SEMENTE DA MAÇÃ AO SILÊNCIO DA ESTRELA: O PERCURSO DO NARRAR E DA LINGUAGEM NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR

Diego Luiz Miiller Fascina

diegomullerfascina@hotmail.com

A proposta desta dissertação é lançar um olhar sobre a ficção de Clarice Lispector após a publicação de seu quarto romance, A maçã no escuro, de 1961. Utilizaremos as contribuições do materialismo lacaniano, do qual um dos maiores representantes é o filósofo esloveno Slavoj Žižek, para apontar que a posição dos narradores clariceanos parte do tom monocêntrico descrito por Benedito Nunes (1995), para assumir, em A maçã no escuro, um tom crescentemente obsessivo que culminará em A hora da estrela. Essa obsessão, que não se restringe apenas à figura do narrador, é verificada na estrutura romanesca e na disposição da malha literária. Intencionamos, ainda, propor a visualização do amadurecimento da escritura da autora: a partir de A maçã no escuro, sua ficção se aproxima gradativamente do Discurso da Histérica, uma das modalidades dos Quatro Discursos lacanianos. Esse romance lança o piloto de uma linguagem que atingirá seu ponto culminante em A paixão segundo G.H., e que assumirá tom radical com a publicação de Água viva.

 Palavras-chave: Clarice Lispector; crítica literária; materialismo lacaniano.