magda.dezotti@bol.com.br
Esta dissertação visa contribuir, ainda que modestamente, para uma melhoria no
ensino de literatura infantil. Nossa hipótese é a de que, embora seja comum o
discurso de que é importante que se trabalhe com a literatura desde os primeiro
anos de vida da criança, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, de pré a
quarta série, o trabalho não se desenvolve a contento. Para verificação de
nossa hipótese, optamos por uma pesquisa de caráter qualitativo-interpretativo
e elegemos, como critério de seleção, professores (sujeitos de pesquisa) que
trabalham ou já trabalharam com a obra de Monteiro Lobato. A partir desse dado
investigamos, por meio de questionários, como se dá o desenvolvimento de
atividades propostas para a leitura de textos literários do referido autor e
que concepções de leitura/literatura fundamentam sua prática. A pesquisa
contemplou seis escolas, sendo duas municipais, duas estaduais e duas
particulares no município de Maringá - PR. A análise do corpus mostrou
que o trabalho docente não é realizado com base em reflexões teóricas
consistentes e que as concepções de leitura e de literatura expressas pelo
grupo de professores pesquisados se refletem na prática cotidiana empreendida
em sala de aula. A constituição dos sujeitos pesquisados como leitores é
caracterizada por leituras diversas, que não priorizam a literatura, mas textos
que tratam de assuntos gerais: revistas, textos com fins pedagógicos, leitura
de auto-ajuda, entre outras. A investigação evidenciou que os sujeitos da
pesquisa apresentam fragilidades no que diz respeito ao papel que lhes compete
desempenhar na mediação da leitura e, conseqüentemente, na formação do
leitor do texto literário, bem como nas concepções que apresentam sobre
leitura e literatura, especialmente, em sua constituição como leitor de textos
literários lobatianos, os quais se propõem mediar.
Palavras-chave:
Leitura do texto literário, Literatura na escola, Mediação, Monteiro Lobato.