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RESUMO
NA INSTÂNCIA DISCURSIVA DA ÁUDIO-DESCRIÇÃO EM PEÇAS PUBLICITÁRIAS: AS LEIS, O ÁUDIO-DESCRITOR E AS EMPRESAS
Cristina Sayuri Sussuki Garbim crisssg@msn.com
O enfoque utilizado no presente estudo é o da Análise do Discurso, especificamente no que se refere aos estudos de Michel Pêcheux sobre noções de sujeito, sentido e/ou efeitos de formação discursiva e ideológica, interdiscurso e/ou memória discursiva. Soma-se a esses conceitos a perspectiva contestadora da tradução para refletir sobre os aspectos culturais inerentes ao processo tradutório que ocorrem quando da realização de uma áudio-descrição. A áudio-descrição é um recurso relativamente recente no Brasil, além de pouco divulgada, sendo sua utilização restrita a alguns grandes centros. A contribuição que se espera alcançar ao realizar esse trabalho é o de ajudar a difundir nos meios acadêmicos a importância da áudio-descrição, pois, acreditamos que a partir desse recurso se possibilita uma maior autonomia as pessoas com deficiências visuais. No Brasil, a adoção do recurso de áudio-descrição se faz pela via legal, sendo que só foi parcialmente efetivada em 2006. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no censo demográfico de 2010 foram contabilizadas mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Dentre as deficiências pesquisadas, a visual foi a mais frequente, totalizando 35,8 milhões de pessoas com algum grau dessa deficiência, e que são excluídas do contexto sociocultural, uma vez que a elas não são fornecidos recursos de acessibilidade que lhes propiciem participar de eventos culturais. A deficiência faz parte da condição humana, e de acordo com a Organização Mundial de Saúde, quase todas as pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum momento de suas vidas, e aqueles que sobreviverem ao envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcionalidade de seus corpos. Historicamente, as pessoas com deficiência têm em sua maioria sido atendidas através de soluções segregacionistas, tais como instituições de abrigo e escolas especiais. Todos períodos históricos enfrentaram a questão moral e política de como (não) incluir as pessoas com deficiência, atualmente as políticas mudaram e as soluções antes focadas na medicina deram lugar a uma abordagem mais interativa, identificando o papel das barreiras físicas e sociais. Tendo em vista o processo de política pública e de política econômica na questão da inclusão, o objetivo específico de nosso estudo foi o de desvelar o modo como intra e interdiscursivamente o discurso da inclusão se materializa quando nos remetemos à áudio-descrição, e como produz efeito de sentido e de verdade em nosso meio sócio histórico. As análises foram realizadas em fragmentos selecionados da áudio-descrição dos vídeos “Áudio-descrição em festa de casamento – Ver com outros olhos” e “Os primeiros 100 dias de Murilo”. Palavras-chave: Áudio-descrição. Análise do Discurso. Inclusão Social. Deficiência Visual. Tradução.
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