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RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
RESISTÊNCIAS
DA/NA MÍDIA: UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS SOBRE O 29 DE ABRIL DE 2015 EM CONTEXTO
DE GREVE NO PARANÁ CÁSSIO
HENRIQUE CENIZ Nesta
pesquisa objetiva-se compreender como se configuram as resistências e as
relações de poder nos discursos da/na imprensa paranaense sobre o 29 de abril
de 2015 em contexto de greve do funcionalismo público do Paraná. O episódio,
representativo na história recente do Estado, transformou-se em acontecimento
discursivo na medida em que materializa enunciados de todo tecido social. A
mídia, na qualidade de um dos espaços integrantes da sociedade, colocou em
circulação os discursos que abordaram a violência ocorrida no Centro Cívico de
Curitiba e a aprovação da proposta governamental que alterou a
ParanaPrevidência, plano previdenciário dos servidores. Frente ao grande
arquivo disponível, definiu-se como corpus
os jornais Gazeta do Povo e Folha de Londrina, pois estão
classificados entre os maiores periódicos do país e, por conseguinte, do
Paraná. Das edições publicadas no dia posterior ao ocorrido, são recortados
enunciados diversos dos textos internos que constam nas chamadas de capa,
editoriais e colunas dos leitores. Os gestos de leitura adotam a perspectiva
discursiva da linguagem e os pressupostos teóricos do filósofo francês Michel
Foucault. Para isso, coloca-se em funcionamento noções que evidenciam a
característica arquegenealógica da pesquisa, que permitem discutir as condições
de possibilidade para a emergência dos discursos e instaurar verdades. Pelo
eixo arqueológico tem-se a descrição das sequências enunciativas considerando
os aspectos concernentes à função enunciativa e, sobretudo, à formação das
modalidades enunciativas. Ao mesmo tempo, genealogicamente, analisa-se a
constituição das resistências que se efetivam num processo que demonstra a
indissociabilidade com o poder. As características do acontecimento em si,
confirmam a arena polêmica e própria do espaço político e das relações sociais
a partir das posições assumidas pelos sujeitos que enunciam. Constata-se a
resistência na medida em que os sujeitos agem uns sobre as ações dos outros
enunciando de lugares institucionais iguais ou diferentes, o que provoca
efeitos de regularidades e rupturas. Na perspectiva da História Geral, que
volta o olhar para a atualidade, fica evidente, em muitos momentos, que os
discursos evocam uma memória de que as ações no Paraná assemelham-se ao regime
militar e marcam, por exemplo, o movimento de ir e vir histórico. Palavras-chave:
Discurso; Acontecimento; Mídia; Resistência; Poder.
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