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RESUMO

 

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O POLÍTICO NO FAZER DISCURSIVO DO SUJEITO-TRADUTOR NOS MOVIMENTOS DA TRADUÇÃO: CONFLITOS E CONTRADIÇÕES

 

Carla Nogueira Modzeieski

carlinhamnm@gmail.com

 

Traduzir literatura é um fazer complexo, pois envolve não apenas um tradutor, mas também a língua, um autor, um editor, uma obra, uma editora, etc. O tradutor envolvido nesse fazer tradutório é, assim como todos os indivíduos, de acordo com a Análise do Discurso de vertente pêcheuxtiana, um sujeito interpelado pela ideologia e pelo inconsciente (PÊCHEUX, 2014), mas que se julga livre em suas escolhas ao traduzir, desconhecendo as coerções e determinações que sofre da língua a qual está sujeito e também da editora que o assujeita. Embora busquemos, nesta dissertação, refletir sobre esse fazer tradutório dentro de uma base teórico-epistemológica discursiva (a Análise do Discurso pêcheuxtiana), buscamos também compreender de que maneira ou até que ponto esse fazer discursivo do tradutor também pode se tornar um fazer político. A fim de responder esse questionamento, conjugamos dois campos de saber: a Análise do Discurso de Michel Pêcheux e da vertente crítica dos Estudos da Tradução, tendo como objetivo geral analisar, a partir de duas traduções diferentes da obra Pride and Prejudice, de Jane Austen, produzidas por dois tradutores, como se dá esse fazer discursivo-político do sujeito-tradutor naquilo que chamamos de “movimentos” da tradução, a saber, no momento em que o tradutor produz paratextos (introduções, notas de rodapé) e também no momento em que ele produz propriamente o texto da tradução. Para a realização desse objetivo, traçamos como objetivos específicos 1) analisar, por meio de marcas linguístico-discursivas, as posições-sujeito e os posicionamentos político-ideológicos dos sujeitos-tradutores nos paratextos produzidos por eles – a saber, na introdução escrita por Lúcio Cardoso e nas notas de rodapé produzidas por Marcella Furtado – e em ambos os textos da tradução. 2) Verificar, também por meio de marcas linguístico-discursivas, de que maneira os sujeitos-tradutores (res)significam algumas personagens femininas na obra a partir de ambos os textos da tradução. Ao fazer essas análises, percebemos que o fazer discursivo-político do tradutor é repleto de conflitos e contradições.

 

Palavras-chave: Tradução; Análise do Discurso; política.

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