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RESUMO |
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A RELAÇÃO DE CONDICIONALIDADE DO CONECTIVO QUANDO EM CRÔNICAS DE RUI DE PINA DO INÍCIO DO SÉCULO XVI
Bruna Plath Furtado brunaplath@hotmail.com
A presente pesquisa propõe-se a uma descrição da relação condicional estabelecida em períodos oracionais cuja cláusula, tradicionalmente denominada como subordinada, é introduzida pelo conectivo quando. Essa descrição é empreendida em cinco crônicas do início do século XVI, período arcaico da língua portuguesa, cuja autoria se atribui ao cronista Rui de Pina. Sob uma perspectiva teórica funcionalista, nosso objetivo é verificar as condições linguísticas que propiciam uma leitura condicional a cláusulas que, pela tradição gramatical, são classificadas pela presença do conector quando como temporais. A partir do levantamento das ocorrências do conectivo quando, uma primeira análise nos permitiu separar as orações temporais das condicionais. O levantamento quantitativo das ocorrências demonstrou a produtividade dessa estratégia linguística, que constitui a utilização da forma não canônica de expressão de condição se p (então) q. Em seguida, utilizamos os parâmetros propostos por Neves (2011) para, em uma análise mais profunda, descrever como se estabelece, entre duas cláusulas mediadas pelo quando, uma relação de condição. Por último, mediante critérios modo-temporais e semânticos, constatamos que o estudo da língua em uso pode desmistificar a classificação tradicional da relação estabelecida entre as cláusulas (principal de adverbial temporal) que considera apenas a atribuição de um único valor à oração e que tem como base a classificação prévia do conectivo, posto que aquilo que se considera exceção é tão produtivo quanto a própria regra.
Palavras-chave: relação condicional; funcionalismo; português arcaico
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