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RESUMO |
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A NARRATIVA JUVENIL CONTEMPORÂNEA NO BRASIL
E EM PORTUGAL (2001 A 2016): TEMAS E FORMAS Andressa FAJARDO A
produção da narrativa juvenil nas últimas décadas, constituindo um subsistema
diferenciado do infantil e do adulto, tem mostrado, cada vez mais, diferentes
facetas temáticas e formais, graças às mudanças advindas do mercado editorial
e, sobretudo, ao perfil do público leitor. Obras que antes apresentavam
estruturas e temas mais simplificados deram lugar a produções que demandam
maior complexidade, cujos assuntos refletem problemas cotidianos do jovem
leitor. A identidade juvenil como tema passa a ser uma constante nas narrativas
juvenis contemporâneas, levando o leitor, como defendem as teorias da recepção,
às mais diversas variáveis, já que cada indivíduo reage a um texto literário de
modo peculiar, ampliando sua experiência leitora. A partir dessa perspectiva e
com o respaldo de teorias e de pesquisadores de diversas correntes de
pensamento, defendemos a tese que os subtemas levantados no corpus de análise configuram a
construção da identidade juvenil nas narrativas contemporâneas brasileiras e
portuguesas endereçadas aos jovens leitores. Embora o título do trabalho seja
abrangente, temos um corpus definido,
constituído por quatorze narrativas juvenis, e é sobre ele que partimos a
investigação. A nossa fundamentação teórica abrange estudos sobre os desdobramentos
históricos e conceituais da Literatura Comparada em diferentes países, com base
nos estudos realizados por Henry Remak (1961), Antonio Candido (1976), Tania
Franco Carvalhal (1986), Sandra Nitrini (2010), dentre outros. Ademais,
valemo-nos das teorias da Estética da Recepção, notadamente das contribuições
de Hans Robert Jauss (1969, 1994), Regina Zilberman (1989), Hans
UlrichGumbrecht (2003) e principalmente das concepções acerca da Teoria do
Efeito Estético, propostas por Wolfgang Iser (1983, 1996, 1999). No que tange à
gênese dos subsistemas juvenis brasileiro e português, pautamo-nos, no campo
literário brasileiro, em estudos de Marisa Lajolo e Regina Zilberman (1984),
Teresa Colomer (2003), João Luís Ceccantini (2000, 2004), Maria Zaira Turchi (2004);
no ambiente português, pesquisamos José David Pinto Correia (1973), José
António Gomes (1991, 1997, 1999, 2001), António Garcia Barreto (1998),
Francesca Blockeel (2001), Maria da Conceição Tomé (2013). Como resultados
sobre temas e formas das obras selecionadas, destacamos a existência de
elementos que diferenciam e aproximam as narrativas juvenis quanto ao
desenvolvimento da identidade juvenil de seus protagonistas a partir da
construção de determinados subtemas, entre os quais ressaltamos: ditadura da
beleza e construção da autoimagem; descobertas afetivas: primeiras relações
amorosas, relações familiares: conflitos e descobertas, construção da amizade,
relações homoafetivas, diferentes faces da violência, percursos de
amadurecimento e formação, criação do universo distópico e marcas históricas no
universo juvenil. .
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