A ESCRITA CONTEMPORÂNEA DE LUCI COLLIN: A LÓGICA DO ENTRE-LUGAR

A tese tem por objetivo analisar a hibridização textual e a multiplicidade de perspectiva temática dos romances Com que se pode jogar (2011) e Nossa Senhora D’Aqui (2015), da escritora paranaense Luci Collin. Interessa-nos investigar, esteticamente, como os códigos textuais são influenciados pelas diversas tecnologias e mídias (televisão, computador, internet), e tematicamente, como isso reflete nas construç        ões de diversas personagens des-centralizados, que representam a realidade extraliterária do século XXI.  Nossa hipótese é a de que os romances de Collin são estruturados de modo a salientar a lógica do entre-lugar, ao libertar-se das fronteirastextuais e construções unilaterais de temáticas, por meio da problematização dos limites que caracterizam a literatura brasileira contemporânea. Sendo assim, essa abordagem se justifica por contribuir com a crítica literária atual, aquela cujas teorias abarcam asdimensões de textos, gêneros, temas e ideologias. Para cumprir esses objetivos, as análises estão fundamentadas nos estudos relacionados em pensar a contemporaneidade e a literatura que a representa, como as de Giorgio Agamben (2009) e Marc Augé (2012; as estratégias estético-formais de caráter híbrido, de GuntherKress (1996, 2000), Jean-Luc Godard (1989) e ChristopheTriau (2003); bem como a representação de sujeitos fragmentados, de ZygmuntBauman (2001, 2004), AnthonyGiddens (1993), Stuart Hall ((1997, 2015) e Edward Said (2003). A tese que defendemos é a de que a narrativa de Luci Collin é heterogênea pois contradiz qualquer totalização estética, estilística e ideológica, fazendo de sua ficção um lugar de miscigenação, de ideias, de sujeitos, de pensamentos e de representações.

Palavras-chave: Luci Collin, entre-lugar, romance contemporâneo, narrativa híbrida.