DEFESAS
RESUMO

 
 

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A PALAVRA-IMAGEM EM POEMAS DE EUGÊNIO DE ANDRADE:

 UMA LEITURA DOS ELEMENTOS MÍTICOS: O FOGO, A ÁGUA, O AR E A TERRA

 COMO PRODUÇÃO DE SENTIDO

 

Amanda Aparecida Rodrigueiro

arodrigueiro@yahoo.com.br

 

O presente estudo objetiva estabelecer uma leitura da obra poética de Eugênio de Andrade, poeta português contemporâneo, observando-se os elementos naturais: o fogo, a água, o ar e a terra e sua relação com o homem, principal eixo temático configurado pelo poder imagético da sua linguagem e dos recursos poéticos presentes na sua obra. Sob a perspectiva da recepção, produção de sentido e do efeito causados pela linguagem imagética, a escolha da poesia de Eugênio de Andrade justifica-se pelo lirismo profundo que canta a vida em sua plenitude e harmonia, bem como o homem por meio dos quatro elementos: a água, a terra, o ar e o fogo. O corpus da pesquisa compõe-se da seleção organizada por Arnaldo Saraiva, intitulada Poemas de Eugénio de Andrade (1999). A proposta também contempla a correlação de alguns poemas (mais significativos quanto à temática elementar) com telas de pintores dos séculos XIX e XX, observando-se as possíveis correspondências entre o texto escrito e o plástico. Para a realização da pesquisa, num primeiro momento, fez-se necessária uma investigação bibliográfica, visando discutir conceitos importantes que envolvem o estudo em questão, como por exemplo, as teorias que explicam o papel do leitor na construção da leitura (teoria da recepção e do efeito), segundo Hans Robert Jauss e Wolfang Iser. Quanto à construção poético-lingüística, foram estudados conceitos da retórica e da estilística, conforme Reboul, Dante Tringali e Nilce Martins Sant’Anna, além de discussões acerca da imagem produzida pela palavra, sob a visão de alguns autores, como Manguel, Walty, Ferrara, entre outros. Diante dos estudos realizados e discussões feitas acerca da poesia de Eugênio de Andrade observa-se que é pela linguagem, permeada de imagens, evocadas pelos movimentos metafóricos, que o homem consegue ver-se e ter-se na sua realidade mais autêntica, tendo a possibilidade de ser ele mesmo. A visão da dimensão profunda do homem diante da vida e da morte presentificam-se nos poemas de Eugênio de Andrade. A integração humana com os elementos da natureza traduzida por uma linguagem densa, despojada e altamente sugestiva de imagens, remete o leitor à natureza luminosa que envolve o homem em toda a sua existência.

 

PALAVRAS-CHAVE: Elementos naturais; Palavra-Imagem; Recepção de Leitura.