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AMOR, CASAMENTO E SEXUALIDADE: A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES FEMININAS MÚLTIPLAS EM LIVIA GARCIA-ROZA

 

Aline Cristina de Farias Marques

alininha_cfm@hotmail.com

 

A presente dissertação analisa a representação e a construção das identidades femininas múltiplas das personagens Gilda, protagonista de Solo feminino (2002), e Maria, do romance Milamor (2008), ambas da escritora contemporânea Livia Garcia-Roza. Essas identidades são edificadas pelo viés da sexualidade, do amor e do casamento, colocados como essenciais para a construção dos projetos de vida das narradoras-protagonistas, que são resultados do embate entre o “querer-ser” e o “dever-ser”. Numa proposta multidisciplinar, utilizamos teóricos/as como Anthony Giddens (1993), Elizabeth Badinter (c1986), Malvina Muszkat (1985;1992), representantes de diferentes áreas do saber, como a Sociologia, a Filosofia, a Psicologia, entre outras, que foram basilares para a explicitação de conceitos atrelados às mudanças das relações de gêneros e às novas configurações dos relacionamentos oriundos da modernidade. Munidos desse aparato teórico, torna-se perceptível a maneira como a obra literária de Livia Garcia-Roza abriu espaço para a representação de mulheres sujeitos, que inscrevem seus corpos em seus projetos de identidades-abertas, buscando, incessantemente, por satisfação plena no campo sexual e amoroso, porque mais do que “querer-ser”, essas mulheres estão imbuídas do “poder-ser”. Mesmo diante das dificuldades impostas pelo corpo inorgástico de Gilda e pelo corpo envelhecido de Maria, ambas as protagonistas voltam seus olhares para suas interioridades, deixando aflorar seus anseios por meio da “voz” narrativa que lhes foi concedida pelas obras de autoria feminina, almejando, assim, a conquista de “relacionamentos puros” que entrelacem o amor à sexualidade.

 

Palavras-chave: Representação; Identidades femininas múltiplas; Literatura Brasileira Contemporânea.