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RESUMO |
Dissertação completa - Arquivo PDF
O ESTATUTO DO ANTI-HERÓI: ESTUDO DA ORIGEM E REPRESENTAÇÃO, EM ANÁLISE CRÍTICA DO SATYRICON, DE PETRÔNIO E DOM QUIXOTE, DE CERVANTES
Aldinéia Cardoso Arantes
Estudos comprovam que o conceito clássico de herói origina-se na Literatura Grega; o termo designa um indivíduo notabilizado por feitos extraordinários. No entanto, com o passar do tempo, essas figuras quase divinas já não correspondiam adequadamente à vontade coletiva. O herói clássico foi sendo substituído pelo “herói problemático”, personagem cuja existência e valores situam-no perante questões das quais não é capaz de expressar consciência clara e rigorosa. A construção desse novo enfoque da imagem do herói é uma idéia atribuída aos tempos modernos, e a sua representatividade evidencia-se, sobretudo, no gênero romance. Contudo, a obra Satyricon, escrita no século I d.C., por Petrônio, já apresentava um herói-personagem distanciado dos heróis clássicos, pelo seu caráter individualista e, ao invés do nobre herói clássico, repleto de vícios e defeitos. Trata-se de Encólpio, personagem-herói de Satyricon, que, em princípio, encarna a figura identificada como “anti-herói” pela crítica moderna. Marcas similares foram também características da personagem de Dom Quixote, de Cervantes. Cronologicamente distante, o personagem Encólpio comprova, então, que a figura do anti-herói não foi uma criação que se justificou apenas no contexto literário moderno. O objetivo desta dissertação foi responder, através de uma leitura crítico-interpretativa das obras referidas, à questão da origem e das características prototípicas do anti-herói. De caráter bibliográfico, este estudo apoiou-se, teoricamente, nas concepções de herói segundo Köthe, Campbell e Feijó. Sobre o anti-herói, foram estudados os conceitos de Brombert, González, Lukács, entre outros, visando contribuir, no contexto acadêmico, às pesquisas existentes sobre o assunto.
PALAVRAS-CHAVE: Anti-herói; Satyricon; Dom Quixote.
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